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População desconhece risco de morte súbita
Bruna Ventura
Ciência Hoje/RJ
07/06/2010 | 07:30
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Apenas na Grande São Paulo, 21 mil pessoas são vítimas de morte súbita a cada ano. Essa taxa de óbitos supera as mortes causadas por diversos tipos de câncer e é duas vezes maior do que a de mortes por causas externas, como acidentes, assassinatos e suicídios. Apesar disso, a procura pelo sistema público de saúde em relação ao problema é baixa.

"O risco de morte súbita ainda é desconhecido pela maioria das pessoas, por isso as vítimas em potencial não são diagnosticadas a tempo", afirma Martino Martinelli, cardiologista do Incor (Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo) e coordenador da pesquisa. Segundo Martinelli, é possível identificar esses indivíduos e tratá-los.

"Pessoas que tiveram doença de Chagas, infarto ou têm o coração dilatado por uma predeterminação genética têm maior probabilidade de passar por isso", esclarece o médico.

Principal causa da morte súbita, a arritmia cardíaca ventricular maligna pode ser evitada com o uso de um cardiodesfibrilador implantável, que é uma espécie de marca-passo, acoplado ao coração. Já contra as arritmias mais brandas, uma cauterização do local, diz ele, pode resolver o problema.

Martinelli explica, ainda, que a grande maioria das pessoas passa por arritmias benignas quando está ansiosa, podendo ter palpitações, tonturas e até desmaios, mas que isso não significa necessariamente um aviso de que a doença maligna pode acontecer.

"Esta sim, pode levar a uma morte inesperada e aguda. É preciso que o paciente seja examinado para verificarmos se há ou não esse risco", orienta.

A pesquisa foi feita a partir da última publicação oficial sobre mortes do Sistema Único de Saúde, em 2007, e de questionários aplicados a médicos do atendimento primário. Martinelli destaca que ela deve servir de alerta para os pacientes e também para os médicos.




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