O gabinete israelense manteve o bloqueio total dos territórios palestinos, em vigor desde sexta-feira passada, e indicou que fará frente, de agora em diante, aos disparos contra suas forças ou seus cidadaos, utilizando veículos blindados e helicópteros de ataque.

Na mesma linha, o gabinete israelense decidiu, segundo a rádio pública, limitar os movimentos através de seu território dos funcionários da Autoridade Palestina e prolongar até nova ordem o fechamento do aeroporto internacional de Gaza. O vôo especial que une Gaza com o Sul da Cisjordânia também foi cancelado.

O exército israelense mantém em definitivo um estado de alerta e intensificou seus esforços nos territórios palestinos. ``Devemos ser pacientes e tolerantes e continuar crendo na paz', afirmou Barak, no entanto, falando nesta terça-feira durante uma cerimônia em homenagem aos soldados israelenses mortos durante a Guerra do Kippur, em 1973.

Barak também também ergueu o tom de voz ao afirmar que, ``depois de dez dias, o exército israelense deu provas de uma grande moderaçao, evitando tomar iniciativas'.

Ao longo desta terça-feira, transcorreram alguns incidentes isolados, como o bloqueio do tráfego na colônia de Kyriat Arba, no Sul da Cisjordânia, por parte de uma centena de colonos palestinos, ou o ataque à cidade de Yatma, perto de Nablus, na Cisjordânia. Estes últimos foram realizados por colonos palestinos, com um saldo de dois feridos de seu lado.

O exército israelense feriu várias pessoas ao disparar balas de borracha contra os palestinos que jogavam pedras perto de Rafá, ao sul da Faixa de Gaza.

Um menino palestino de 9 anos foi declarado clinicamente morto pelo hospital depois de ser baleado na cabeça pelo exército israelense durante os enfrentamentos registrados nessa regiao.

Sami Abu Jazar levou uma tiro na cabeça durante distúrbios, em que jovens palestinos jogavam pedras contra os soldados israelenses na localidade de Rafá.

De acordo com um fotógrafo, o menino nao estava jogando pedras e usava uniforme escolar quando foi ferido.

Com este caso, sobe para 99 o número de mortos na onda de violência que teve início em 28 de setembro passado.

Os principais dirigentes israelenses, começando pelo primeiro-ministro Ehud Barak e o líder da oposiçao de direita, Ariel Sharon, chefe do Likud, pediram moderaçao.

Segundo a polícia, 582 suspeitos, 215 dos quais sao judeus, foram presos por envolvimento com os incidentes que tiveram lugar nos últimos dias.