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Câmara dá as costas a vítimas do golpe imobiliário
Paula cabrera
Do Diário do Grande ABC
25/11/2009 | 07:27
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Apesar de aprovado por unanimidade, o requerimento do vereador Ozelito José Benedito (PSB) - que solicita informações da Prefeitura de Mauá a respeito do contrato firmado com a empresa Cobansa e o destino de cerca de R$ 259 mil arrecadados de 471 famílias que não viram suas casas saírem do papel - encontrou resistência entre os parlamentares que formavam a bancada de sustentação do ex-prefeito Leonel Damo. Fato: se as famílias que tomaram prejuízo não se articularem, correm o risco de ficar sem ressarcimento.

No documento que será enviado ao Executivo, Ozelito pede também abertura de comissão de acompanhamento para apurar o fato de os beneficiários terem pago cerca de R$ 550 e não terem recebido retorno da Prefeitura.

Em sua maioria, os vereadores alegaram que a medida não auxilia as possíveis vítimas do golpe imobiliário que teria sido aplicado dentro da Secretaria de Habitação entre maio de 2005 e dezembro de 2008. Curioso é que os parlamentares criticam o colega mas não oferecem alternativas às famílias. Pior, não cumprem seu papel de fiscalizar o Executivo. O vice-presidente da Casa e ex-líder de governo de Damo, Luiz Alfredo dos Santos Simão (PSB), adverte que já existe investigação policial que estuda o possível golpe, e defende que as irregularidades não foram comprovadas. "O que tem de ser visto é que a empresa diz que terminou as casas e a Prefeitura não recebeu. Existem dezenas fechadas, correndo o risco de invasão. Isso para mim é briga política", diz. Segundo ele, as casas no Jardim Kennedy já estão depredadas. "Ouvi dizer que o novo secretário de Habitação mostrou interesse em renovar o acordo, se é assim, temos de ver o porquê dessas acusações agora."

Atila Jacomussi (PV) afirma que a proposta de Ozelito não ajudará as famílias. "Já existe ação, isso que ele pediu é só palanque eleitoral. A Câmara não faz parte da investigação policial e a comissão fica restrita com a investigação em curso."

Já Silvar Silva Silveira (PV), que foi secretário de Assuntos Jurídicos da gestão do ex-prefeito alega que a formação de comissão não significa que o ex-secretário Altivo Ovando Júnior, apontado como coordenador do esquema pelas vítimas, seja ouvido pelos vereadores.

O atual líder de oposição, Manoel Lopes (DEM) endossa o discurso. "Não temos poder de polícia, se já existe investigação policial, não há muito o que possamos fazer." Apesar do posicionamento, os parlamentares confirmaram que foram procurados por algumas vítimas ano passado para solicitar ajuda e os orietaram a procurar a polícia e abrir boletim de ocorrência.

Espera - Com a aprovação do requerimento, o presidente da Câmara, Rogério Santana (PT), explica que o Legislativo deve aguardar respostas sobre o contrato firmado entre a Cobansa e o Executivo antes de efetivar comissão. A Prefeitura tem cerca de um mês para enviar o documento à Câmara.




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