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'Place Vendôme' estréia esta 6ª
Do Diário do Grande ABC
30/03/2000 | 14:54
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O filme "Place Vendôme", da diretora Nicole Garcia, estréia esta sexta-feira e promete trazer um marcante trabalho de direçao das atrizes.

Nicole conseguiu o que Roman Polanski nao logrou - uma boa interpretaçao da mulher do diretor, Emmanuelle Seigner. Também nao representa pouca coisa o fato de ela humanizar uma estrela como Catherine Deneuve, que chegou a ganhar o prêmio de melhor atriz no Festival de Veneza de 1998.

Catherine é ótima como Marianne, casada com um joalheiro. O começo do filme deixa claro que se trata de uma relaçao vazia, de aparência. Ela bebe às escondidas, sai de uma clínica para outra. O marido mete-se em falcatruas na profissao. Suicida-se decorridos uns 15 minutos de projeçao. A partir daí, Nicole revela quais sao suas intençoes.

Marianne retoma o fio da própria vida. Tenta voltar ao negócio das jóias, vendendo pedras preciosas que o marido conseguiu numa operaçao ilegal, driblando criminosos. Nesse processo, em que ela pode tanto se destruir como renascer, como nova mulher, envolve-se com a personagem de Emmanuelle e com um antigo amante, responsável por ela quase ter sido presa no passado. Ele é interpretado por Jacques Dutronc, o Van Gogh de Maurice Pialat.

As primeiras imagens sao tomadas da Place Vendôme, um dos cartoes-postais de Paris. Nela se localizam as grandes joalherias da cidade. Nicole começa descortinando o espaço. Mas ela quer mostrar o reverso da Paris glamourosa dos turistas. A Place Vendôme é só fachada de uma realidade que se revela desglamourizada. Miséria humana, pessoas que manipulam umas às outras, conflitos subterrâneos. É esse o mundo de "Place Vendôme".

Nicole gosta de falar de relaçoes. Já era assim em "O Filho Preferido", com aqueles conflitos familiares rondando o mundo do boxe (vagamente inspirados em "Rocco e Seus Irmaos", a obra-prima de Luchino Visconti, que a diretora adora).

Antes de ser diretora - estreou com "O Filho Preferido', de 1995 -, Nicole Garcia foi atriz. O título nobre de sua carreira diante das câmeras é "O Tio da América", que Alain Resnais realizou com base nas pesquisas do biólogo Henri Laborit. Mas Nicole também participou de filmes como "Sempre aos Domingos", de Serge Bourguignon, que ganhou o Oscar, e "Um Homem, Uma Mulher - 20 Anos Depois", de Claude Lelouch.




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