O ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, não apóia a criação do Fundo de Desenvolvimento Regional (FDR), como prevê o texto da reforma tributária, aprovado em primeiro turno na Câmara dos Deputados. Ele acredita que este fundo deve ser de âmbito nacional, para privilegiar regiões que estão em Estados considerados ricos, como São Paulo e Rio Grande do Sul. A declaração foi feita nesta segunda-feira, em Belo Horizonte (Minas Gerais), durante um café da manhã com empresários e parlamentares na sede da Associação Comercial de Minas.

"Hoje, há determinadas manchas de progresso no Nordeste que, talvez, já não precisassem tão intensivamente de incentivos e há manchas de grande retrocesso econômico, de grande estagnação e de grande sofrimento popular fora das regiões políticas reconhecidas como pobres", disse Ciro.

O ministro reconheceu que não tem o apoio nem a simpatia da maior parte do governo, no entanto, ele acredita que uma modificação possa ocorrer. "Eu faço parte de uma equipe e, como isso não é matéria de princípio, eu defendo, internamente, as minhas ponderações, as minhas idéias, mas cabe ao presidente Lula afirmar o rumo e, uma vez afirmado o rumo, cabe a mim aceitá-lo", explicou.

Segundo os cálculos do ministro da Integração Nacional, o FDR será composto por 2% da arrecadação anual do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto de Renda (IR). Isso poderá ultrapassar os R$ 2,5 bilhões.