O candidato democrata à eleição presidencial americana Barack Obama tentou nesta sexta-feira responder aos persistentes rumores que o apontam como o candidato dos islâmicos.

O segundo nome de Obama (Hussein), a religião muçulmana de seu pai queniano e de seu padrasto indonésio, e sua infância na Indonésia, um país de maioria muçulmana, alimentam constantemente alguns sites na Internet que questionam abertamente sua vontade de lutar contra o terrorismo islâmico.

No mês passado, um colaborador da equipe de campanha de sua adversária democrata Hillary Clinton foi despedido por ter distribuído panfletos sobre esse assunto.

Mais recentemente, um influente ex-senador democrata, Bob Kerrey, relançou a polêmica. "Gosto que ele se chame Barack Hussein Obama, e que seu pai e sua avó paterna sejam muçulmanos. Há um bilhão de muçulmanos no mundo, e considero essa experiência importante", declarou Kerry esta semana em entrevista ao jornal Washington Post.

Kerrey fez estes comentários no momento em que anunciou seu apoio a Hillary Clinton, irritando os partidários de Obama.

"Não acho que o objetivo de Bob Kerrey tenha sido me insultar. Bob destacou que a frase foi retirada de seu contexto, e explicou que o que ele quis dizer é que a experiência que tive fora do nosso país me permitiria ser um melhor comandante-chefe", respondeu Obama nesta sexta-feira no canal de TV NBC.

Obama explicou em seus livros que não foi criado num ambiente religioso. Ele foi batizado já adulto, e freqüenta regularmente com sua família uma paróquia protestante de Chicago.