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Riacho vira rota de moradores de rua
Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
25/03/2009 | 07:40
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O Riacho Grande, em São Bernardo, tornou-se rota para moradores de rua. Atualmente cerca de 20 andarilhos circulam pelas principais vias, praças e nos arredores da Subprefeitura. O banho é improvisado na Represa Billings e à noite, para dormir, eles se amontoam junto aos cachorros que os acompanham em frente a estabelecimentos comerciais fechados.

Moradores e comerciantes dizem que a presença dos andarilhos há pelo menos três meses mudou a rotina do bairro. A mendicância estaria incomodando os moradores do bairro.

"Eles batem nas casas para pedir água e comida. Se você nega, eles ficam agressivos. Eu prefiro ajudar uma instituição. Eles não são doentes e podem trabalhar", diz o aposentado Paulo Algirdo Petravicius, 62 anos.

Ontem à tarde, cerca de dez andarilhos estavam no coreto da praça perto da Subprefeitura. Ele são da Zona Leste da Capital, Baixada Santista e Mauá. Enquanto duas mulheres dormiam enroladas em cobertores, os homens bebiam pinga.

"Uns bebem para espantar o frio e outros porque gostam do vício. A polícia, às vezes, nos dá um pouco de comida. Estamos na miséria", diz Sandra Regina Pereira Bita, 48, que acompanha o grupo de moradores de rua. Ela conta que a vida nas ruas começou há quatro anos, após brigar com a família. Desde então ela e o marido vivem como andarilhos, um pouco em cada lugar. "Viemos do Guarujá, mas não temos o dinheiro da passagem para voltar."

O subprefeito do Riacho Grande, Fausto Landi, explicou que a região atrai andarilhos pois é estratégica: possui jardins, restaurantes próximos e a água para banho da Billings. "Sabemos que este fenômeno se agravou e se tornou crônico. O morador que reclama tem razão, mas trata-se de um problema social nada fácil de se resolver."

Landi afirmou que a Prefeitura, por meio da Sedesc (Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania), realiza um trabalho constante de cadastramento e transferência dos moradores para abrigos temporários, mas nem todos aceitam ajuda. O objetivo, segundo o subprefeito, é traçar estratégias para minimizar o problema a partir de uma reunião com diversas secretarias da administração, ainda sem data marcada.




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