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Cia. de Danças encena a importância do caixeiro ambulante
Nelson Albuquerque
Do Diário do Grande ABC
05/01/2003 | 16:14
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A importância do caixeiro ambulante para a sociedade é o tema da nova coreografia da Cia. de Danças de Diadema, ainda sem título e com estréia prevista para o início de maio. As pesquisas são feitas por Ivonice Satie, que também assina a direção geral, e por Ana Bottosso, responsável pela coreografia.

O trabalho começou no ano passado e a idéia surgiu como forma de resgatar o valor dessa profissão, já esquecida nos grandes centros urbanos. "A gente vive em um Brasil cheio de brasis. O caixeiro foi importante para a evolução cultural, e ainda é em várias partes do país", afirma Ivonice.

A diretora inclui, evidentemente, sua experiência pessoal no trabalho. "Sou de Bilac, interior de São Paulo, onde a chegada desses comerciantes era um acontecimento. O vendedor de gelo, por exemplo, não trazia só gelo, trazia novidades, fatos de outras cidades, coisas que iam com o vento", diz. Para Ivonice, essa é a grande contribuição desses profissionais: "Levar influências de cultura".

Outro aspecto abordado na coreografia será a vida do caixeiro. "É alguém que não tem porto, assim como nós, artistas. É difícil criar raiz. Existe um outro lado, o da solidão, por isso é preciso ter paixão pelo que se faz", afirma Ivonice.

Detalhes – Ainda sem nome a estréia, segundo a diretora, poderia ser na primeira quinzena de maio, para ficar mais próximo do Dia do Trabalho.

O elenco será formado por dez bailarinos – cinco homens e cinco mulheres –, mas figurino e cenário ainda não foram criados. "Pretendemos pedir ajuda ao Departamento de Cultura de Diadema para usar o potencial dos artistas mais adiantados que vêm sendo formados nas oficinas da cidade", diz a diretora.

Enquanto a nova coreografia não vai para os palcos, a Cia. de Danças de Diadema continua apresentando três de seus espetáculos: Baque, Tribal Urbano e Balaio de Dança. O primeiro retrata os problemas de adaptação que um migrante enfrenta quando se depara com um ambiente diferente. Tribal Urbano, de Gagik Ismailian, aborda as ilusões e a realidade das crianças de rua.

Por fim, Balaio, que traz cenas bem próximas das pessoas comuns. "A idéia é interagir com o público, o que torna o espetáculo divertido e para cima, embora também lembre nossa dura realidade", afirma Ivonice, que faz questão de enfatizar que uma característica da companhia é "falar sobre a cultura e a vida dos brasileiros".




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