Filmes épicos costumam repelir o público jovem dos cinemas. Para aqueles que torcem o nariz para o gênero, por achar seus representantes longos e entediantes, vale a pena ver Coração de Cavaleiro (A Knight’s Tale, EUA, 2001), escrito, dirigido e produzido por Brian Helgeland, roteirista do drama L.A. – Cidade Proibida e diretor da ação O Troco. O filme estréia nesta sexta no Grande ABC e circuito.

Como os australianos estão em alta no mercado hollywoodiano, o papel principal ficou com o jovem e promissor Heath Leadger, também conhecido como o “filho de Mel Gibson” em O Patriota. Ele interpreta William, filho de um humilde colmeeiro (apicultor) que sonha tornar-se cavaleiro na Europa do século XIV. Não falta-lhe nem o dom nem a vontade de participar de duelos. Mas ele não tem um título de nobreza, coisa que o rígido sistema de castas não permite.

Só que o destino está sempre ao lado dos heróis – e William é um deles. O escudeiro vê seu patrão morrer em meio a um combate e decide substituí-lo. Eis sua oportunidade na arena. Sem linhagem, mas com perícia, William sai aclamado e vitorioso. Determinado a seguir na carreira, ele investe o dinheiro do prêmio em treinamentos hilários com seus fiéis companheiros Roland (Mark Addy) e Wat (Alan Tudyk).

Na estrada, encontra-se com o escritor desempregado Geoff Chaucer (Paul Bettany), que anda nu e aparentemente perdido. Geoff fará parte do grupo quando William descobre que ele é capaz de escrever títulos de nobreza. E assim o filho do colmeeiro se transforma em sir Ulrich von Lichtenstein de Gelderland.

O jovem começa a participar de todos os torneios da Europa. Logo arruma um inimigo, o conde Adhemar (Rufus Sewell), e uma bela admiradora, Jocelyn (Shanynn Sossamon). O inexperiente azarão, com o envio do conde para liderar as tropas francesas, começa a vencer todos os duelos. Ganha, também, o coração da mocinha. Mas fica obsessivo com a idéia de enfrentar Adhemar em um duelo.

Coração de Cavaleiro, apesar de se passar na época medieval, é repleto de símbolos new age. A começar pela deliciosa trilha sonora, que conta com duas canções imortalizadas pelo grupo inglês Queen, We Will Rock You e We Are the Champions. Até a armadura de William é moderna. Como o filme, feita na medida certa para a geração teen.