O governador do Espírito Santo, José Ignácio Ferreira (PFL), chegou na tarde desta sexta-feira ao Hotel Naoum, em Brasília, onde vai se reunir com outros governadores para trocar idéias sobre o encontro deste sábado (16) com o presidente Fernando Henrique Cardoso. O governador capixaba defendeu a aprovaçao o mais rapidamente possível da emenda constitucional que institui a cobrança previdenciária dos servidores públicos inativos. "Nao é a melhor soluçao, é a única soluçao, já que a outra, que eu descarto, seria a de dividir o prejuízo com a sociedade", afirmou. Segundo Ferreira, nao sao muito diferentes as opinioes sobre isso entre os governadores. No entender do governador, "o Congresso terá de decidir (pela aprovaçao da emenda), caso contrário, corre o risco de arcar as conseqüências". Ferreira reconheceu que defender a cobrança da contribuiçao dos inativos causa desgaste junto à opiniao pública, mas disse que nao se preocupará com popularidade num momento como o atual, que considera grave. "Estamos entre o trágico e o apocalíptico", avaliou. O governador lamentou as perdas de receita que o Estado terá em funçao da decisao do Supremo Tribunal Federal (STF) de impedir a cobrança da contribuiçao provisória dos inativos e o aumento da alíquota dos servidores em atividade. Lembrou que o Espírito Santo cobrava 10% de contribuiçao das duas categorias de funcionários desde 1997. Segundo Ferreira, os gastos do governo do Espírito Santo com os benefícios de aposentados e pensionistas consomem 35% da folha da pagamento dos Estado. "Será uma bomba de retardamento", afirmou o governador, referindo-se aos estragos que o modelo de Previdência estadual poderá provocar, mais adiante, nas contas do Estado.