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Maceió quer indenizar vítimas de desastres ecológicos
Do Diário do Grande ABC
16/02/2000 | 15:43
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A Prefeitura de Maceió, por meio das secretarias de Saúde e Meio Ambiente, começou a avaliar a possibilidade de oferecer cestas básicas ou o pagamento de um salário para as famílias dos pescadores do complexo da Lagoa Mundaú, que foi atingida por um dos maiores acidentes ambientais dos últimos três anos.

Mesmo criticando a postura da prefeita de Maceió, Kátia Born, a quem acusam de nao ter interesse em resolver a questao da poluiçao na Lagoa Mundaú, os pescadores avaliam que a liberaçao de salários e a distribuiçao de alimentos é a única alternativa para evitar o caos social e manter cerca de 10 mil pessoas que vivem da pesca na Lagoa Mundaú.

A prefeita Kátia Born vai aguardar que a Federaçao dos Pescadores de Alagoas apresente uma relaçao com os nomes dos pescadores que sobrevivem da pesca do complexo da Lagoa Mundaú. Além disso, exigiu que o Secretário Municipal do Meio Ambiente, Fernando Pinto, descubra e puna com rigor os responsáveis pela poluiçao na lagoa.

Fernando Pinto anunciou para a próxima semana o início de uma grande fiscalizaçao na área da Lagoa Mundaú, que vai ainda ser beneficiada com a implantaçao de um grande projeto de despoluiçao de todo complexo da lagoa que banha a capital.

Segundo o presidente da Federaçao de Pescadores, Paulo Severino, cerca de 10 mil pessoas vivem da pesca na lagoa. Ele adverte que sem a pesca haverá uma grave crise social em Maceió. 'O nosso sustento vem da lagoa, mas com a poluiçao cerca de 10 mil pessoas vao ficar sem emprego e nao terao como arranjar o sustento. A coisa já estava ruim aqui em Maceió, imagine agora com essa quantidade de gente sem ter trabalho e sem condiçoes de arrumar comida``.

A assessoria do governador Ronaldo Lessa informou que na próxima segunda-feira ele receberá uma comissao formada por representantes da Federaçao de Pescadores e Colônias de Pesca de Maceió. O objetivo do encontro é encontrar uma forma de evitar novos acidentes ambientais. Lessa também deve anunciar a liberaçao de recursos para a manutençao das famílias de pescadores, enquanto a lagoa estiver sem condiçoes de pesca .

Os pescadores avaliam que a poluiçao já matou cerca de nove toneladas de peixes, moluscos e crustáceos de várias espécies: morongos, bagres, tainhas, moréias, carapebas, meros, nadim, camarao barba roxa e o sururu - umas das principais fontes de renda das famílias que moram às margens da lagoa Mundaú. Na manha de hoje, ainda era possível observar uma grande quantidade de peixes mortos boiando nas águas da lagoa Mundaú, que foi tomada pelo mau cheiro e pelos urubus.

A maior preocupaçao dos pescadores é que a poluiçao chegue até as lagoas Manguaba e Ninquim, que banham seis municípios da grande Maceió. As duas lagoas estao entre os maiores estuários de peixes, moluscos e crustáceos do estado de Alagoas.




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