Determinados a levar a disputa pela sucessão paulista para o segundo turno, petistas do Estado trabalham contra os planos do presidente Lula de forçar a polarização com os tucanos. O alvo são principalmente legendas que compõem a base de Lula, mas que por circunstâncias locais não deverão apoiar o pré-candidato Aloizio Mercadante. Estão na lista o PP, o PTB e o PMDB – este último, numa negociação intrincada que envolve o PCdoB.

O petista Fausto Figueira, primeiro-secretário da Assembléia, tornou-se defensor ferrenho da candidatura do prefeito de Santos Beto Mansur (PP), de quem era adversário. Figueira procurou petistas com bom trânsito no PP para que intercedam em favor de Mansur, ainda em discussão no partido. “É uma ironia do destino”, admite Figueira. “Temos conversado”.

Ao lado de outros deputados e dirigentes, Figueira participou das primeiras conversas para viabilizar um segundo palanque para o presidente Lula em São Paulo, com uma dobradinha entre o presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB), e o ex-governador Orestes Quércia (PMDB). Aldo seria candidato ao governo e Quércia ao Senado. Ou vice-versa.

O PT torce também para que o deputado Luiz Antonio Fleury (PTB) seja candidato ao governo e elimine de vez a possibilidade de os petebistas fecharem uma aliança com o pré-candidato tucano, o ex-prefeito José Serra. “É claro que quanto mais candidatos tivermos em São Paulo melhores as chances de segundo turno”, afirmou o presidente do PT paulista, Paulo Frateschi. “Mas não há mágica. Não há muito o que fazer para interferir na decisão de outros partidos. O que estamos fazendo é negociar aliança nacional com PSB e PMDB para tentar garantir o apoio aqui também.”