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Tribunal dos EUA se declara incompetente para julgar caso de crianças jóqueis
Da AFP
30/07/2007 | 17:41
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Um tribunal americano se declarou nesta segunda-feira incompetente para julgar uma queixa apresentada contra o Emir de Dubai, acusado de escravizar milhares de meninos asiáticos e africanos que trabalhavam como jóqueis em corridas de camelos.

A ação, apresentada em setembro de 2006 em um tribunal federal de Miami por um grupo de pais de garotos não identificados, sustenta que, "desde os anos 70, menores de até dois anos de idade foram seqüestrados e vendidos como escravos para cuidar, treinar de camelos e trabalhar como jóqueis, tudo para o entretenimento da elite árabe" nos EAU (Emirados Árabes Unidos, do qual Dubai é parte).

Os demandados seriam o emir de Dubai, Mohammed Bin Rashid Al Maktum, e seu irmão Hamdan Bin Rashid Al Maktum, identificados como donos de "milhares de camelos de raça e corridas, e de tais meninos escravizados". O emir Mohammad é vice-presidente e premiê dos EAU, e seu irmão Hamdan é ministro de Indústria e Finanças dos EAU.

Os advogados de defesa já haviam afirmado em audiência que a corte não tem jurisdição sobre o caso. "A demanda nada tem a ver com a Flórida ou os Estados Unidos", disse o advogado da defesa Anthony Coles, destacando que nenhum dos acusados nem os demandantes vivem nos Estados Unidos.

A utilização de crianças como jóqueis, preferidos por seu peso menor, foi proibida nos Emirados em julho de 2005 e, em maio desse ano, o país assinou um acordo com a Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) para devolvê-los a seus países.

Entre os pais demandantes, há um casal que alega que seu filho foi "seqüestrado, vendido internacionalmente como jóquei de camelos e trabalhador em um acampamento de camelos", aos dois anos de idade. O texto do processo destaca que em algumas crianças são injetados hormônios para que não crescessem.




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