Política Titulo Tumulto
Audiência pública da Saned vira palanque eleitoral

Petistas e opositores desvirtuam discussão em Diadema

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
21/06/2012 | 07:15
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A audiência pública marcada pelos vereadores de Diadema para apurar aumentos abusivos nas contas de água expedidas pela Saned (Companhia de Saneamento de Diadema) se transformou em palanque eleitoral. Grupo de opositores e funcionários comissionados da Prefeitura, ligados ao PT, tumultuaram a sessão, desvirtuaram a discussão e deixaram as soluções a problemas de diversos munícipes em segundo plano.

O ápice da confusão aconteceu quando Atevaldo Leitão, pré-candidato a vereador pelo PSDB e um dos líderes de um movimento que protesta contra a atuação da Saned, questionou a diretora-presidente da autarquia, Neuceli Bonafé Boccatto. Atevaldo citou apenas a vereadora Irene dos Santos (PT) como autora do requerimento que convocou a audiência pública e bateu boca com o parlamentar petista Manoel Eduardo Marinho, o Maninho. A discussão pública se estendeu à plateia que acompanhava a sessão. "Seja homem. Todos os 17 vereadores assinaram o documento (convocando a audiência). Não venha fazer politicagem aqui", esbravejou Maninho.

Manifestantes aliados ao movimento liderado por Atevaldo e servidores comissionados da administração Mário Reali (PT) e pré-candidatos a vereador dos dois grupos políticos entraram em conflito, apartado instantes depois pelo alto comando da GCM (Guarda Civil Municipal).

Todo confronto na Câmara serviu para abafar o real motivo da convocação da sessão. Neuceli se esquivou dos temas mais polêmicos, como aumentos de mais de 1.000% em contas de água, concessão de benefício da tarifa social da cidade e dívidas de conjuntos habitacionais de baixa renda.

"Se fosse fácil, já tínhamos feito", disse a diretora-presidente sobre a solução dos problemas. "Não temos condições de verificar, por exemplo, cada conta de água. São problemas individuais e que precisam ser levados à Saned para encontrarmos a solução", emendou Neuceli.

Autora do pedido de audiência pública, que foi assinado pelos outros 16 vereadores, Irene afirmou que a politização da sessão atrapalhou o debate. "Não tínhamos muita expectativa que tudo iria se resolver. A intenção era justamente mostrar os problemas." A petista voltou a questionar o baixo número de inscritos na tarifa social. "Como pode o Bolsa Família (que serve de critério para o benefício em Diadema) ter 16 mil cadastros e a tarifa social ter pouco menos de 6.000?"

O governo Reali esteve em peso na audiência pública. Além de Neuceli, compareceram ao ato os secretários Airton Germano (Assuntos Jurídicos), Arquimedes Andrade (Defesa Social), Regina Ponce (Cultura), Maria de Fátima Queiroz (Planejamento), João Garavelo (Gestão de Pessoas), Antônio Fidélis (Gabinete) e Luciana Martins (Esportes). Número três do Paço, Walter Rasmussen marcou presença.




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