O passageiro que pretende viajar nesta quarta-feira embarcando dos aeroportos de Congonhas (Capital), Cumbica (Guarulhos) ou Viracopos (Campinas) corre o risco de sofrer com a volta do caos aéreo nos terminais. Os funcionários da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) entram em greve a partir de zero hora de quarta.

A categoria, que é responsável pelo setor de raio-X, controle de vôo em alguns aeroportos e pela operação e fiscalização das pistas em que circulam as aeronaves, reivindica reajuste salarial de 6% para corrigir a inflação mais 5,2% de aumento real.

"Esse último poderia ter sido negociado, mas a Infraero se negou discutir, pois estava com uma posição fechada e não houve entendimento", conta Francisco Lemos, presidente da Sina (Sindicato Nacional dos Aeroportuários).

Além dos principais aeroportos paulistas, mais nove dos 67 terminais do País devem enfrentar paralisação amanhã, como Fortaleza (CE), Porto Alegre (RS) e Galeão (RJ). Nesses locais, os funcionários devem manter 30% do quadro de pessoal para atender à lei de greve vigente no setor público.

A Infraero informa que está aberta à negociação e que tentará chegar a um acordo com a categoria até o último momento para evitar a greve de seus funcionários e prejuízo das operações aéreas.

Mas a disposição para o diálogo acenada pela diretoria esbarra em uma das reivindicações dos aeroportuários: a saída dos integrantes da direção por causa da postura assumida nas negociações, que, segundo Lemos, deveriam ter sido finalizadas em maio (data-base da categoria). "Criou-se uma antipatia pela direção. Eles se negaram a pagar R$ 0,50 a mais em alguns benefícios, como o vale-refeição. Pedimos R$ 24 e eles ficaram nos R$ 23,50."

A expectativa do sindicato é que a paralisação se estenda a outros aeroportos, com o início da mobilização.