A bebê que teve queimaduras de segundo grau quando recebeu o primeiro banho na maternidade da Santa Casa de Mauá teve alta médica sexta-feira. Ela saiu do hospital às 9h, após passar 12 dias internado para tratar das feridas.

O alívio da família só não poderia ser maior porque o bebê ainda precisa de cuidados médicos. Segundo a diretoria da Santa Casa de Mauá teria prometido à mãe da bebê, a manicure Rosilene Soares da Silva, 24 anos, a recém-nascida terá acompanhamento de um pediatra e um cirurgião plástico até estar totalmente recuperado do acidente.

A bebê foi encaminhada sexta-feira ao IML(Instituto Médico Legal) de Santo André para fazer perícia sobre o acidente. O laudo ficará pronto em até 30 dias. Há um inquérito policial investigando o caso, mas os familiares ainda não foram ouvidos.

A mãe da criança afirma ter vivido momentos de muita angústia enquanto a bebê estava internada. “Ela ficava chorando o tempo todo, o tempo todo mesmo. Só conseguíamos que ela dormisse depois que as enfermeiras davam remédio para ela. Era horrível. Só hoje (sexta-feira) que ela dormiu sozinha um pouco”, diz a mãe.

Rosilene mostra mágoa com relação às médicas que a atenderam enquanto a bebê estava internada. Ela conta que sofreu ameaças constantes, afirmando que, se processasse o hospital na Justiça, também seria processada. “Uma médica dizia que o que estávamos fazendo, procurando o jornal para falar do acidente, era coisa de barraqueira. Pegava o jornal e dizia que tudo o que estávamos dizendo era mentira”, contou, chorando.

Em um desses casos, segundo a versão da mãe, a assistente social do hospital teve que retirar a médica da sala tamanha era a tensão entre as duas.

Mesmo com todos os problemas, a mãe da menina disse se sentir com sorte, pois o acidente poderia ser pior. “Se tivessem começado o banho pela cabeça da menina, que inclusive é o modo certo, ela teria tido essas queimaduras no rosto, nos olhos, na boca. Menos mal que aconteceu assim”, afirma a mãe.

“Reunião” – Pelo terceiro dia seguido, a diretoria da Santa Casa de Mauá foi procurada para comentar o acidente do bebê. A resposta, como nos demais dias, é que estavam todos em reunião. O único comunicado do hospital com a imprensa foi uma nota divulgada na segunda-feira, lamentando o ocorrido e garantindo que a vítima teria toda assistência médica necessária.

Laudo – A Prefeitura de Mauá havia exigido que a Santa Casa apresentasse um laudo técnico explicando o acidente do bebê. A exigência era que o laudo fosse entregue até quarta-feira, o que não ocorreu. Na quinta, segundo a Prefeitura, o secretário de Saúde, Arthur Tizo, foi pessoalmente ao hospital cobrar a entrega do laudo. O hospital pediu então a prorrogação do prazo até quarta-feira da semana que vem – e a Prefeitura concordou. A Prefeitura afirma que o conteúdo do laudo será divulgado tão logo seja entregue à administração municipal.