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Mauá prevê gasto maior com dívida
Gislayne Jacinto
Do Diário do Grande ABC
05/10/2003 | 21:57
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A população de Mauá continuará a pagar mais e recebendo menos investimentos no ano que vem. Do orçamento calculado em R$ 305 milhões, apenas R$ 12,3 milhões serão destinados para obras, o que representa 4% da receita. No entanto, o pagamento de dívidas será quase cinco vezes mais. O município terá de arcar com R$ 54 milhões de débitos, ou seja, cerca de 18% da peça orçamentária. Desse total, R$ 17 milhões estão reservados para a quitação de precatórios – dívidas judiciais oriundas de desapropriações.

As dívidas do município totalizam hoje R$ 800 milhões, e chegaram a atingir R$ 1 bilhão, mas a secretária de Finanças, Valdirene Dardin, disse que a Prefeitura conseguiu abater juros no período. Ela reclamou das taxas, principalmente dos precatórios, que são muito elevadas. “É um poço sem fundo”, criticou.

Ao ser questionada se os investimentos não serão baixos diante das necessidades do município, Valdirene fez ressalvas. “Dentro daquilo que a gente pode fazer, é bastante, mas para a cidade, sabemos que é pouco”.

A maior parte da dívida, o prefeito Oswaldo Dias (PT) herdou de administrações anteriores. Ele fez vários acordos para poder fazer pagamentos de acordo com as possibilidades da Prefeitura.

Para Valdirene, seria melhor para a cidade se o dinheiro fosse usado na implementação de projetos, ao invés de ser destinado ao pagamento de dívidas. “Com R$ 54 milhões na minha mão e na do prefeito, faria um estrago. Se com pouco a gente já faz muito, imagina com muito. Mauá é uma cidade promissora, tem tudo para crescer, para se destacar no aspecto de desenvolvimento”, disse.

Investimentos – Apesar dos seqüestros da receita do município, na ordem de R$ 20 milhões, por conta do não-pagamento de precatórios, a secretária afirmou que o plano de obras para 2004 não será afetado. “O prefeito tem anunciado projetos para a execução de obras. Pretendemos mantê-los, e acredito que a gente tenha interferência em quase todos os bairros da cidade. As construções das escolas permanecem, intervenções na área central. As construções anunciadas, como ginásios poliesportivos nos bairros, também serão mantidos.”

Segundo a secretária, a Prefeitura ainda executará obras de pavimentação, iluminação pública, muro de arrimo e limpeza dos córregos em todos os bairros.

Quem paga – Para pagar a conta das dívidas e dos investimentos, a população terá de pagar mais imposto também. O Orçamento prevê um reajuste (índices inflacionários) de 17% no IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) do próximo ano. A estimativa é aumentar em R$ 6 milhões a arrecadação com esse tributo. A receita com o IPTU deve atingir R$ 30 milhões.

O prefeito Oswaldo Dias prevê um aumento de 29,7% na receita geral de Mauá em 2004. Em 2003, a previsão foi de R$ 235 milhões, e subirá para R$ 305 milhões no ano que vem. Dias vai priorizar a área da saúde, aplicando R$ 65,9 milhões, contra R$ 52 milhões deste ano. A educação terá a segunda maior dotação de 2004: vai receber R$ 55 milhões, contra R 48 milhões deste ano.




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