Entre 600 e 1,1 mil pessoas morreram no sul de Bangladesh durante a passagem, na noite de quinta-feira, de um violento ciclone, que também deixou dezenas de milhares de desabrigados.

Formando uma impressionante massa de 500 km de diâmetro, o ciclone Sidr assolou com ventos de 240 km/h os distritos costeiros do país, perto da fronteira com o Estado indiano de Bengala ocidental.

Mais de 1,1 mil pessoas morreram e pelo menos 300 estão desaparecidas, afirmou a agência de notícias privada UNB, citando fontes extra-oficiais. Segundo um funcionário do ministério do Interior, Kazi Mokhlechur Rahman, o último balanço emitido pelo governo registra exatamente 612 mortos e 192 desaparecidos.

No entanto, as autoridades acreditam que este balanço vai se agravar, pois o último emitido não contabilizou os moradores de áreas de difícil acesso do país. "Muitos corpos ainda podem ser encontrados" em dois distritos devastados onde os socorristas ainda não conseguiram chegar, explicou um membro do ministério da Gestão das Catástrofes Naturais, Mohammad Ayub Mia.

Segundo as autoridades, esta foi a pior tempestade dos últimos anos em um país devastado em 1970 por um ciclone que deixou 500 mil mortos e em 1991 por um maremoto que matou 138 mil pessoas.

A UE (União Européia) desbloqueou 1,5 milhão de euros, e os Estados Unidos ofereceram ajuda. Mesmo se o número de vítimas seja considerado bem menor que em 1970 e 1991, o ministério da Gestão das Catástrofes Naturais teme "gigantescos danos materiais" neste país muçulmano laico de 144 milhões de habitantes onde 40% da população vive com menos de um dólar por dia.

O leste da Índia foi atingido pelo ciclone, mas evitou a catástrofe. As 100 mil pessoas evacuadas do Bengala ocidental voltaram para suas casas nesta sexta-feira.

O ciclone Sidr, que perdeu intensidade e se transformou em depressão, deve atingir no sábado o estado indiano de Assam.