Diomedes morreu no dia 22 de maio, menos de 24 horas após ter ingerido o remédio. De acordo com o laudo, no corpo da vítima foram encontrados 7,3 miligramas de bário por quilo de peso, sendo que 5,7 miligramas já seriam suficientes para matar uma pessoa.
Com base no laudo, a juíza Patrícia Cogliatti de Carvalho, da 38.ª Vara Criminal do Rio de Janeiro, determinou o recolhimento dos passaportes do diretor-presidente e de mais três funcionários do laboratório Enila, fabricante do Celobar. O objetivo é impedir que eles deixem o país.
Na última sexta-feira, o resultado de uma análise realizada pela Fiocruz desmentiu a versão do laboratório de que a contaminação química do remédio foi acidental. Análises feitas em amostras do lote 3040068 do Celobar revelaram a presença de uma alta concentração de carbonato de bário, substância utilizada, entre outros fins, para a fabricação de veneno de rato.
Segundo o laudo da Fiocruz, a amostra apresentou 14% de carbonato de bário em sua composição, sendo que a contaminação máxima admitida no Brasil é de 0,001%. O remédio, usado como contraste em exames radiológicos, é suspeito de ter provocado a morte de 22 pessoas em todo ao país.
De acordo com a versão do laboratório Enila, a contaminação foi provocada por um erro do químico Antônio Carlos da Fonseca, que se "esqueceu" de lavar equipamentos usados na manipulação de substâncias tóxicas e, pouco depois, utilizou os mesmos equipamentos para a produção do Celobar.
As suspeitas, entretanto, são de que o laboratório tentou transformar o carbonato de bário em sulfato de bário — o princípio ativo do remédio. Essa alteração poderia tornar a produção do Celobar mais barata, uma vez que o sulfato de bário é importado. O Enila, porém, não tinha autorização e nem condições técnicas para realizar essa experiência.
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