A Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira em primeiro turno e menda constitucional que cria um trem da alegria capaz de transportar até 12 mil servidores municipais e estaduais de Rondônia para a folha de pagamentos da União, com aumento anual de gastos de até R$ 180 milhões.

Logo em seguida à votação, os deputados aprovaram proposta que cria 30 cargos de juízes, 880 de técnicos judiciários e 292 funções gratificadas para o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) de São Paulo/Campinas. Os gastos anuais com os novos cargos serão de R$ 203 milhões. A votação foi simbólica. Só o deputado Arnaldo Madeira (PSDB-SP) manifestou-se contra. "Aqui está virando um fim de festa. O Congresso só faz aprovar novos cargos e aumento de gastos", protestou Madeira.

Houve grande mobilização para pôr o trem da alegria de Rondônia nos trilhos. Foram para a Câmara acompanhar a votação o governador do Estado, Ivo Cassol, 23 dos 24 deputados estaduais e cerca de 600 servidores. Diante de tal pressão, nenhum parlamentar fez discurso contrário à aprovação do trem.

Apurados os votos, foram 379 a favor da transferência dos servidores municipais e estaduais de Rondônia para a União e três contrários - Arnaldo Madeira, Jutahy Jr (PSDB-BA) e Emanuel Fernandes (PSDB-SP).

A emenda constitucional que possibilita a transferência dos servidores para a União nasceu no Senado. Foi apresentada por Expedito Júnior (PR-RO). A senadora Fátima Cleide (PT-RO) assumiu depois. Ao chegar à Câmara, foi relatada pelo deputado Eduardo Valverde (PT-RO), que apoiou a transferência dos funcionários. Segundo a proposta, cerca de 1.500 servidores municipais que estavam nos cargos até 1º de janeiro de 1982, quando Rondônia passou à condição de Estado, podem requerer a transferência, além de outros cerca de 11 mil do Estado e da área de segurança que já trabalhavam até o dia 15 de março de 1987, quando foi eleito o primeiro governador do Estado - Jerônimo Santana. Como está prevista a possibilidade de opção, eles verificarão onde é mais vantajoso ficar.