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Salários despencam no Grande ABC
Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
20/09/2006 | 22:31
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Os trabalhadores de MPEs (Micro e Pequenas Empresas) do Grande ABC começaram mal o segundo semestre. De acordo com o Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo), entre junho e julho os rendimentos das pessoas ocupadas no setor despencou da primeira posição do Estado para a terceira.

O valor registrado em julho, R$ 768, é pior do que o registrado na Capital (R$ 782) e é ligeiramente inferior a média da Região Metropolitana (R$ 769). Na verdade, os trabalhadores de MPEs do Grande ABC só ganham dos do interior do Estado (R$ 631). Esses rendimentos equivalem não só a salários fixos, como honorários, comissões, ajudas de custo, 13º salário e abono de férias, entre outros.

Embora não seja o pior do Estado, o rendimento na região foi o único que teve queda, de 5,2%. Em todas as outras áreas a variação foi positiva, embora represente mais uma estabilidade, já que a mais significativa foi de 2% nas cidades do interior.

Mas o Grande ABC ainda leva vantagem quando é computada a variação acumulada no ano. Desde janeiro, os rendimentos dos trabalhadores de micro e pequenas empresas da região subiram 8,7%, seguidos pelos da Capital (8%), Grande São Paulo (7,4%), da média estadual (6,6%) e do interior (6,4%).

Na variação do ano – a comparação entre julho de 2005 com o de 2006 –, a situação é boa para o Grande ABC, mas não é a melhor do Estado. Nesse período, a região teve crescimento no rendimento de 6,9%. Resultado bom, mas não alcança o da Capital (10,5%), da Grande São Paulo (9,6%), do Estado como um todo (8,1%) e nem mesmo o do interior (7%).

Emprego – Assim como o valor dos honorários, o nível de emprego também teve desempenho negativo no mês. No Grande ABC, a ocupação de pessoal – sejam diretos, terceiros, sócios-proprietários e até familiares – cedeu 6,1% entre junho e julho.

Nesse quesito, as sete cidades também foram pior do que qualquer região do Estado. No município de São Paulo, segundo pior colocado no mês, a queda foi de 3,2%, seguido pela média da Região Metropolitana: -2,1%. A média estadual ficou praticamente estabilizada em -0,2% e o interior, assim como na variação de rendimento, teve destaque positivo, ao ver o crescimento de 1,8% no pessoal ocupado.

Em números, o resultado representa que em julho foram empregadas 152 mil pessoas a menos do que em junho. Desses postos eliminados, 123 mil foram de empregados diretos e indiretos e o resto – 29 mil – foram de familiares. Ao final do mês, as MPEs do Estado de São Paulo empregavam 5,72 milhões de pessoas, pior resultado dos últimos 22 meses – desde outubro de 2004.



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