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Mistura de dois cloros intoxica 17 em S.Bernardo
Por Elaine Granconato
Do Diário do Grande ABC
28/06/2004 | 20:30
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Um erro operacional na mistura de dois tipos de cloro provocou neste domingo à noite a intoxicação de 17 funcionários da Mahle Metal Leve, fabricante de peças de carro instalada no Jardim Borborema, em São Bernardo. Eles foram encaminhados para dois hospitais particulares da cidade – Neomater e Assunção. Três deles permaneciam nesta segunda internados em observação no Assunção. A empresa, que existe há mais de 20 anos e emprega 1.650 trabalhadores, será multada em 5,1 mil Ufesps (Unidade Fiscal do Estado de São Paulo), valor equivalente a R$ 62,4 mil, de acordo com a assessoria de imprensa da Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental).

Outros dois trabalhadores da DaimlerCrysler, proprietária da marca Mercedes-Benz e vizinha à Metal Leve, também tiveram contato com a reação química e foram atendidos no ambulatório da própria empresa. Nesta segunda, no entanto, os dois funcionários trabalharam normalmente, segundo a assessoria de imprensa da Daimler. O acidente ocorreu por volta das 21h do domingo. Técnicos da Cetesb, que foram acionados pelo Corpo de Bombeiros, chegaram ao local por volta das 23h.

De acordo com Valdir Pires, chefe de Recursos Humanos da Metal Leve, o acidente foi provocado por um “erro humano”. A empresa, porém, instaurou um processo administrativo para apurar as reais causas da intoxicação, segundo Pires. Os 17 funcionários que inalaram a reação química, 16 homens e uma mulher, foram levados para os dois hospitais pelos carros de frota da empresa. “Temos uma brigada de incêndio que atuou, com máscaras, para evitar a propagação do cheiro”, afirmou. Duas viaturas do Corpo de Bombeiros estiveram no local.

O problema ocorreu no sistema de equalização da estação de tratamento de afluentes da Metal Leve. Segundo técnicos da Agência Ambiental da Cetesb – regional Santo André –, que se manifestaram por meio da assessoria de imprensa, um funcionário, por engano, adicionou cloreto férrico no lugar de hipocloreto de sódio. O erro provocou uma reação química e liberou o gás cloro para a atmosfera. O forte cheiro causou enjôos e mal-estar nos funcionários.

Grau – Cinco funcionários – entre eles, uma mulher – foram encaminhados para o Hospital e Maternidade Neomater. Os pacientes chegaram agitados, com os olhos lacrimejando e com uma tosse seca, de acordo com Mauro Bignardi, chefe do Pronto-Socorro do hospital. O médico classificou a intoxicação como “leve”. Ainda de acordo com Bignardi, os pacientes ficaram em observação por cerca de duas horas e foram liberados em seguida. “Eles foram medicados e submetidos à avaliação respiratória, que era a principal preocupação no caso de uma intoxicação”, explicou. Nesta segunda, os cinco funcionários permaneceriam em repouso em suas casas.

A assessoria de imprensa do Hospital Assunção informou que das 12 pessoas encaminhadas, apenas três permaneciam internadas. A intoxicação foi avaliada pela equipe médica de “leve para moderada”.




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