O chefe de governo egípcio, Hosni Mubarak, tenta pela primeira vez convencer os compatriotas para que o escolham entre vários candidatos nas eleições presidenciais da próxima quarta-feira, com o objetivo de ficar mais seis anos no poder. "Depois de 65 anos a serviço da pátria, comprometo-me a dirigir o país com força e vontade, caso consiga vossa confiança no dia da eleição", frisou o presidente em um comício.

Mubarak, 77 anos, ocupa o segundo lugar da lista dos líderes árabes há mais tempo no poder, atrás apenas do dirigente líbio Muammar Kadhafi.

Ao longo de uma campanha eleitoral, Mubarak se apresentou como o homem da mudança, prometendo levar à frente reformas econômicas estagnadas. "Afirmo a todos que a criação de novas oportunidades de emprego foi e segue sendo o desafio mais sério e importante que tenho enfrentado ao lado e à frente da nação durante estes últimos anos", disse para os seus partidários.

O atual presidente ganhou projeção no exército, principalmente durante a guerra contra Israel em outubro de 1973, sendo inclusive considerado um 'herói'. Após sofrer seis tentativas de atentado, desenvolveu uma obsessão por segurança e estabilidade, nunca concordando em acabar com o estado de exceção, equivalente ao estado de sítio, instaurado em 1981.

 
Se for reeleito, como apontam as pesquisas de opinião, Mubarak deverá cumprir suas promessas e levar em consideração a oposição, que vem ganhando notoriedade graças às pressões ocidentais. No âmbito externo, Mubarak, que substituiu no cargo Anuar al-Sadat, o homem da paz com Israel assassinado em 1981, soube colocar o país no primeiro plano do cenário político regional e exerceu influência sobretudo nas negociações entre Israel e os palestinos.

Também estabeleceu uma aliança com os Estados Unidos, com a qual espera promover principalmente as trocas comerciais e a cooperação econômica. Preocupado com a sua sucessão, pensa em preparar o filho Gamal para que seja seu herdeiro político, como é usual na tradição política regional.