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Após golpe de Estado, Chávez reassume a presidência da Venezuela
Do Diário OnLine
Com Agências
14/04/2002 | 16:58
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 Foto:AFP O presidente Hugo Chávez, 47 anos, reassumiu o poder na Venezuela neste domingo, dois dias depois de ter sido deposto por um golpe militar. Chávez, que estava detido em uma base na ilha de Orchila, no Mar do Caribe, chegou de helicóptero ao Palácio Miraflores, sede do governo, às 2h50 (horário local – 3h50 de Brasília), com a proteção de militares partidários. Pedro Carmona, empresário que assumiu a Presidência de um governo de transição na sexta-feira, renunciou na noite de sábado, depois dos protestos que pediram a volta do presidente deposto.

Sob a manifestação de milhares de simpatizantes nas ruas de Caracas, Chávez retomou o poder das mãos de seu vice, Diosdado Cabello, que exerceu a Presidência por algumas horas, depois da renúncia de Carmona. “A Deus o que é de Deus, a César o que é de César e ao povo o que é do povo”, disse Chávez, em um discurso transmitido em cadeia de rádio e TV.

O presidente negou que tenha renunciado, como fora divulgado por alguns militares. “Eles (generais) puseram um pedaço de papel na mesa dizendo ‘renuncie’, mas eu disse: ‘sou um presidente que está sendo preso, mas não vou renunciar’”. Também garantiu que volta sem ódio ou rancor. “Aqui não haverá nenhuma caça às bruxas. Não venho com ânimos revanchistas. Não, aqui não haverá perseguições”, afirmou, enquanto manifestantes cercavam o palácio, gritando seu nome, agitando bandeiras e cantando o hino nacional. ”Nunca imaginei que passaria pelo que passei e estou contente de recuperar o cargo”, comemorou.

Pedro Carmona, que assumira o poder com o apoio das Forças Armadas, ficou isolado depois que partidários de Chávez saíram às ruas neste sábado, seu primeiro dia na Presidência. Bases militares não reconheceram o novo governo e se rebelaram contra a decisão de dissolver os poderes Legislativo e Judiciário, anunciada na sexta. O empresário foi forçado a devolver o comando ao governo Hugo Chávez e estaria detido, de acordo com agências internacionais.

Chávez sofreu o golpe de Estado depois que a população venezuelana aderiu a uma greve geral que durou dois dias e culminou em um violento protesto, com a morte de pelo menos 15 pessoas e 300 feridos, na última quinta. A greve foi convocada pela Fedecámaras, maior entidade empresarial do país, presidida por Carmona e pela Confederação dos Trabalhadores da Venezuela, maior sindicato do país (CTV), maior sindicato venezuelano.

Nação dividida - O clima na Venezuela é de clara divisão. Enquanto a maior parte da capital está calma, nos bairros operários, de maioria de baixa renda, de Catia, Caricuao e Antimano, no oeste, houve registro de saques e violentos protestos. Bancos e lojas foram invadidos e os saqueadores levaram móveis, comida e ferramentas. Houve confrontos com a polícia, que disparou tiros para dispersar os manifestantes.




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