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Inadimplência das empresas sobe 16,3% em março
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
29/04/2011 | 07:30
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As empresas brasileiras estão devendo mais. Indicador divulgado ontem pela Serasa Experian deu conta que a evolução nos calotes subiu 1,5% no trimestre, em relação ao mesmo período do ano passado. O aumento mais expressivo ocorreu em março: 16,3% sobre fevereiro. Tal crescimento não era verificado desde março de 2010. Para se ter ideia, no trimestre passado o recuo havia sido de 9,7% frente ao mesmo período de 2009.

O assessor econômico da Serasa, Carlos Henrique de Almeida, afirmou que, apesar do resultado, o fechamento até agora reflete inadimplência relativamente baixa. "Já esse crescimento em março ocorre porque é um momento crítico para empresas, que têm de repor estoques e ainda fazem compras para o Dia das Mães."

Além disso, o resultado dá indícios de que a política macroprudencial anunciada pela União desde dezembro, junto ao BC (Banco Central) a fim de combater a elevação de preços começa a gerar frutos. Exemplo é o crescimento do crédito bancário no País. No trimestre, expandiu 2,7%. Como comparativo, Almeida afirmou que essa taxa não era verificada ao mês desde o segundo semestre do ano passado.

Já o perfil de dívidas migrou nas formas de pagamento. No mês anterior, os cheques sem fundos subiram 27,8%. "Isso não vinha acontecendo a meses", diz Almeida, fazendo referência ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), pelo governo, como forma complementar de segurar o consumo - e junto a inflação. Dessa forma, os cheques voltaram a circular entre empresas, que usaram os papéis para comprar dos fornecedores. Nos bancos, as dívidas aumentaram 11,8%.

PORTE - As MPEs (Micro e Pequenas Empresas) foram as mais endividadas. No trimestre, a taxa cresceu 1,7%. Grandes companhias elevaram débitos no mesmo ritmo. As de médio porte foram as únicas a recuar no mesmo período, em 3%.

Já em março, 16,5% foi a alta verificada entre as MPEs. Nas grandes, o volume era de 16% e as empresas de porte médio deveram 11,3% mais no mês passado. O fato de serem mais vulneráveis às ações restritivas do cenário econômico justifica a participação maior das MPEs no balanço.

Segundo Almeida, a tendência é de que as firmas se prejudiquem mais no segundo semestre, quando projeta que haverá aumento expressivo na inadimplência das empresas. "Quando os efeitos da política econômica de fato serão sentidos", alerta o especialista.




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