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Diminui a concentração de renda
15/09/2006 | 22:36
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A PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) de 2005, o mais completo levantamento socioeconômico feito pelo IBGE(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), revela dados negativos como o aumento do trabalho infantil, o primeiro desde 1992, e o recuo do rendimento real do trabalho que, na média, ficou em R$ 781.

Mostra, também, dados positivos, como a aceleração no ritmo de redução da desigualdade social e o crescimento no nível de ocupação da população. "Houve avanços nos últimos dez anos, mas a velocidade de melhoria de alguns indicadores é lenta para as necessidades do País", avalia o presidente do IBGE, Eduardo Nunes.

O estudo, repetido a cada ano, mostra que o brasileiro vive hoje a esdrúxula situação de ter mais acesso a telefone (71 6% dos domicílios) do que a rede de esgoto sanitário (69,7%). A inversão da prioridade na prestação dos serviços é resultado direto, por um lado, da privatização da operação de telefonia e a conseqüente universalização do atendimento; por outro, da demora na definição do marco regulatório para o setor de saneamento básico.

Pela primeira vez, o número de residências onde existe apenas telefone celular é maior do que os dotados de linha fixa. E no universo tecnológico, o Brasil entra definitivamente na era da internet pelas mãos das crianças e adolescentes, que formam a grande massa nacional de internautas. Mas o acesso ainda é bastante limitado às classes de renda e instrução mais altas.

Mulheres – A pressão feminina no ingresso ao mercado de trabalho está alterando o nível de ocupação e contribuindo também para a redução gradual da desigualdade. Movido, principalmente, pelos programas de transferência de renda, o país está menos desigual, mas isso não ocorre de forma homogênea.

Analfabetismo – A taxa de pessoas que não sabem ler e escrever caiu lentamente desde o início do governo Lula - apenas 0,5 pontos percentuais, atingindo 10,2%. A quantidade de brasileiros com menos de quatro anos de instrução, os chamados analfabetos funcionais, também impressiona: 38 milhões.

Renda – A concentração de renda diminuiu no Brasil em 2005 e atingiu o menor nível na história, segundo o PNAD 2005. O índice de Gini (que mede a concentração de renda), no que diz respeito à distribuição dos rendimentos do trabalho, apresentou no país, no ano passado, o menor resultado apurado pelo IBGE desde 1981, quando começa a série histórica.

Segundo a pesquisa, em 2005 o Gini foi de 0,544. Quanto mais próximo o índice está de zero, menor o nível de desigualdade (ou concentração de renda). Quanto mais próximo de um, maior a desigualdade. Em 2004, o índice foi de 0,547. De acordo com a PNAD, o índice de Gini dos rendimentos em 2005 foi 7% inferior ao apurado em 1995, de 0,585.

A inflação mais baixa, aliada ao reajuste do salário mínimo, fez com que os ganhos de renda mais expressivos ocorressem na "metade inferior" da distribuição dos rendimentos, ou seja, na camada dos que ganham menos. De 2004 para 2005, os 50% dos ocupados com as menores remunerações de trabalho tiveram ganho real de 6,6%, enquanto os 50% com maiores rendimentos apresentaram ganhos reais de 4,1%.



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