A CUT (Central Única dos Trabalhadores) afirmou, por meio de nota divulgada nesta quarta-feira, que ao decidir pela elevação da taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 18,25% ao ano, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central jogou um "balde de água fria em todos aqueles que há muito desejam que o Brasil tenha um desenvolvimento econômico vigoroso, de longo prazo, com distribuição de renda e inclusão social".

"É desanimador começar 2005 constatando que o Copom e as autoridades econômicas do país se mantêm insensíveis diante da necessidade de medidas capazes de gerar crescimento sustentável na economia brasileira", afirmou a nota assinada pelo presidente da CUT, Luiz Marinho.

A central citou o estudo do próprio BC, divulgado no sábado (15), que reconhece que os impactos da elevação da Selic nos últimos meses de 2004 chegarão agora no nível de emprego, freando a abertura de vagas no mercado de trabalho.

"Por isso, a CUT volta a insistir que o desenvolvimento econômico e a redução do desemprego efetivamente ocorrerão se o Copom apostar que há outros mecanismos para o controle inflacionário, como o choque de produção, por meio da elevação dos investimentos nos setores produtivos e da recuperação do nível de emprego e da massa salarial. Mais que metas inflacionárias, o país precisa adotar uma política econômica voltada ao estabelecimento de metas sociais", finalizou o comunicado.