Dogville é a grande atração da Mostra. Ele traz a bela – e, agora, oscarizada – Nicole Kidman como Grace, uma mulher que durante a Grande Depressão norte-americana chega à cidade de Dogville fugindo de gângsteres. Ela é ajudada por um aspirante a escritor, Tom (Paul Bettany), que convence os outros moradores a abrigá-la. Em troca do esconderijo, ela prestará pequenos serviços à comunidade local.
A coisa se complica quando os bandidos intensificam a busca, o que faz com que os moradores passem a correr perigo de vida também. Eles acreditam, então, ter direitos a mais sobre ela pelo risco que correm.
Von Trier, depois de levantar a bandeira do manifesto Dogma e ganhar uma Palma de Ouro com o musical revolucionário Dançando no Escuro (2000), se inspirou em Bertold Brecht para fazer um filme em um cenário teatral desenhado. Dogville é o primeiro filme de uma trilogia sobre os Estados Unidos, que deve continuar com Mandelay e Washington. Em Cannes, neste ano, isso gerou polêmica, já que o cineasta fala de um país que não conhece. Mas ele retruca: “Os norte-americanos também não conheciam o Marrocos quando filmaram Casablanca”. E não é que é verdade?
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