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Cargos podem sair ainda nesta semana
26/04/2004 | 22:40
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A promessa de começar a liberar nesta semana R$ 300 milhões para as emendas individuais dos parlamentares ao Orçamento deste ano e o compromisso de preencher cargos em estatais com apadrinhados políticos do PMDB, do PTB e do PP deverão facilitar a vida do governo no Congresso que, nos últimos 13 dias, não votou praticamente nada. Segundo interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os cargos prometidos aos aliados vão sair nesta semana.

Mas até o início da noite desta segunda-feira, integrantes do PMDB afirmavam que o governo ainda não tinha cumprido sua promessa. Nem mesmo a demissão do presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, para dar vaga ao PMDB tinha sido formalizada. A saída Pinguelli, que será substituído por Silas Rondeau, hoje presidente da Eletronorte, é o sinal que está sendo aguardado pelos peemedebistas de que os outros cargos reivindicados – diretorias na Caixa e no Banco do Brasil – serão preenchidos por indicados do partido.

O PMDB também decidiu bancar a nomeação do ex-senador Carlos Bezerra (PMDB-MT) para a presidência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), apesar das denúncias contra o ex-parlamentar, entre elas, o desvio de verbas da Sudam. "Vocês assumem o ônus de manter essa nomeação? Se vocês assumirem isso não vou me opor", afirmou o presidente Lula, segundo relato de petistas com trânsito no Palácio do Planalto. Os pemedebistas garantiram ao presidente que as acusação contra Bezerra são "infundadas". O ex-senador conseguiu convencer a cúpula do partido e o ministro da Previdência, Amir Lando, de que não tem culpa. Alegou ainda que as denúncias têm "cunho eleitoral" não passam de "uma guerra política" em seu Estado.

Irritados com a demora do governo em liberar as emendas dos parlamentares e em atender a demanda dos aliados por cargos, o PTB, o PP e o PL se uniram e impediram, nas últimas duas semanas, a votação de oito medidas provisórias que estão trancando a pauta da Câmara. O PP, que se rebelou e se uniu à oposição para impedir votações na Câmara, deverá ser contemplado com a diretoria de abastecimento da Petrobrás.

Sem ocupar nenhum ministério, o governo também prometeu uma diretoria da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos para o partido, que seria preenchida pelo candidato derrotado ao governo do Distrito Federal, Benedito Domingos. Segundo interlocutores do presidente Lula, o PTB e o PL também receberão ainda esta semana os cargos que estão pleiteando.

Além dos R$ 300 milhões que o governo promete liberar ao longo desta semana das emendas dos parlamentares, o Palácio do Planalto distribuiu na semana passada R$ 213 milhões de restos a pagar dos orçamentos de 2003 e 2002 para emendas de deputados e senadores.

Para o ministro chefe da Casa Civil José Dirceu, não há risco da máquina pública federal ficar menos técnica e mais política com a entrega de cargos do segundo escalão aos aliados. "A máquina do governo e os órgãos públicos não mudam a sua política econômica porque um partido vem participar da administração", disse o ministro. "Estamos em um regime presidencialista em que o partido do presidente não tem maioria no Congresso. É uma coalizão. Os partidos participam da gestão do governo com legitimidade. Os seus membros foram eleitos e têm representação. O programa de governo continuará a ser seguido até porque esses partidos apoiam o programa", acrescentou.




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