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Juros altos pedem cautela, diz analista
Carolina Rodriguez
Do Diário do Grande ABC
23/06/2001 | 18:31
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O melhor investimento para os pequenos aplicadores neste momento de altos juros – o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica, a Selic, de 16,75% para 18,25% ao ano na última quarta-feira – é não contrair dívidas. A opinião é do economista e membro do Conselho Regional de Economia de São Paulo Ibrahin João Elias. Segundo ele, as taxas praticadas por financeiras, administradoras de cartão de crédito e agências bancárias acompanham o movimento da Selic e, por isso, tendem a ficar mais caras já nos próximos dias.

“Fugir de empréstimos e, conseqüentemente, dos juros cobrados por eles é o melhor investimento que as pessoas podem fazer neste momento”, disse Elias. “Depois de pagar todas as despesas, se sobrar dinheiro no fim do mês, a dica é aplicar em poupança ou fundos de renda fixa. São aplicações simples e conservadoras, que não oferecem risco ao investidor.”

Para o economista e professor do Centro Universitário Municipal de São Caetano (Imes) Marcos Antonio Biff, a rentabilidade dos fundos de renda fixa é mais atrativa do que a da poupança. “Quem investe na poupança não ganha nem perde. Apenas corrige o dinheiro aplicado das perdas da inflação”, afirmou. “A rentabilidade dos fundos de renda fixa, por sua vez, está diretamente relacionada à Selic. Ou seja, acompanha a oscilação dos juros no mercado.”

Na poupança, modalidade de investimento mais tradicional do mercado, a remuneração é baseada na Taxa Referencial (TR) mais 0,5% ao mês. As oscilações tendem a ser mais baixas do que as apresentadas pelos fundos de renda fixa, por exemplo, pelo fato de a TR ser uma taxa média. Os fundos de renda fixa são aplicações em que a rentabilidade é determinada previamente (prefixados) ou segue taxas conhecidas do mercado financeiro (pós-fixados).

Com a alta da Selic, muitos investidores que mantinham aplicações em fundos de renda fixa prefixados tenderão a migrar para os fundos pós-fixados em busca de rentabilidade. Isso porque os pós-fixados acompanham a oscilação dos juros no mercado, enquanto os primeiros têm a rentabilidade determinada no momento de fazer a aplicação.

No entanto, a orientação, de acordo com Biff, é não mexer nos fundos de renda fixa neste momento ou então fazer o movimento contrário, do pós-fixado para o prefixado. O economista avaliou que tendência da Selic é de queda para os próximos dias. “Com o viés de baixa da Selic anunciado pelo Copom, a expectativa é de que os juros voltem a cair. Desta maneira, os juros prefixados sairão ganhando.”




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