O Governo e o Movimento Aceh Livre (MAL) decidiram prolongar a trégua para permitir negociar a abertura de conversações políticas em fevereiro.

Em vigor desde o dia 2 de junho do ano passado, a trégua, oficialmente chamada de ‘‘pausa humanitária’’, terminaria no próximo dia 15.

Até agora, esta trégua não permitiu acabar com a violência nesta província rica em combustíveis do Norte da ilha de Sumatra.

Os choques armados, os assassinatos e a descoberta de cadáveres com marcas de tortura são quase diários.

Os balanços são eloqüentes. Pelo menos 960 pessoas morreram no ano passado, o dobro do ano anterior, segundo uma associação de defesa dos direitos humanos. E desde o início do ano, morreram mais de 40 pessoas, cinco delas nesta quarta-feira.

E enquanto as duas partes chegavam a um acordo para prorrogar de novo a trégua, um comandante militar de Aceh anunciou que o Governo se preparava para enviar dois mil soldados como reforço, elevando a 30 mil o número de homens mobilizados na província.

O texto conjunto firmado pelos representantes do MAL e do Governo evoca ‘‘progressos significativos’’ e determina que as duas partes ‘‘estabeleçam uma agenda detalhada para futuras conversações’’.

‘‘Chegamos a um resultado muito bom’’, comentou o representante do MAL, Abdullah Zaini.

Em Jacarta, o ministro indonésio de Defesa, Mohammad Mahfud, citado pela agência oficial Antara, afirmou que os independentistas concordavam em abandonar a luta armada.

‘‘O acordo sob condições estabelece que o MAL mude de meios em sua luta e abandone as armas em favor de meios democráticos’’, declarou o ministro indonésio de Defesa, que esta terça havia reiterado a rejeição de seu governo de prorrogar mais uma vez a trégua.

‘‘Não estou seguro de que nossa direção tenha tomado tal decisão, incluindo a autorização de desarmamento’’, declarou o comandante do MAL para a zona norte de Aceh, Sofyan Daud.