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Casos de Chikungunya na região crescem quase 18 vezes em 1 ano

Registros da doença passaram de quatro para 70 em 2024 nas sete cidades; atualmente, sete notificações estão sendo investigadas

Thainá Lana
29/01/2025 | 08:02
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FOTO: Arquivo/Agência Brasil

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Os casos de Chikungunya cresceram quase 18 vezes em um ano na região. Os registros da doença passaram de quatro em 2023 para 70 no ano passado, alta expressiva de 1.650% no período, segundo dados do Painel de Arboviroses-Chikungunya do governo do Estado. Em 2025, nenhuma ocorrência foi confirmada e sete notificações estão sob investigação, sendo uma em Santo André, três em São Bernardo e três em São Caetano.

Com 28 ocorrências, o município são-caetanense concentra quase metade (40%) do total registrado na região em 2024. Na sequência, aparecem Diadema (18), São Bernardo (12), Mauá (6), Santo André (4) e Ribeirão Pires (2) – Rio Grande da Serra não contabilizou notificações no período. Além dos registros comprovados no ano passado, outros 47 casos e dois óbitos estão sendo investigados – nenhuma morte pela doença foi registrada no Grande ABC em 2023 e 2024.

A alta regional foi um reflexo do aumento estadual. Em São Paulo, o número de casos confirmados de Chikungunya passou de 318 em 2023 para 18.637 no ano passado, crescimento de quase 60 vezes. Em 2024, foram registrados 27 óbitos da doença no Estado.

Parte desse aumento deve-se à característica cíclica da chikungunya, conforme avalia o médico e professor adjunto de infectologia da Universidade Tiradentes, Matheus Todt Aragão. “Temos que considerar as alterações climáticas e a redução dos esforços públicos e do engajamento da população no combate a essa endemia. Esses fatores têm contribuído muito no aumento expressivo das arboviroses. A elevação de casos também é mais comum no verão, por conta das altas temperaturas e das chuvas, que favorecem a proliferação do mosquito vetor”, disse.

Assim como a dengue e a zika, a chikungunya é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Aragão explica que essas doenças são classificadas como virais, agudas e febris e que os sintomas se iniciam cerca de cinco dias após o contágio. Apesar das semelhanças, a manifestação da chikungunya se diferencia da dengue e da zika pela intensidade da dor das articulações, que geralmente afetam pés e mãos – os principais sintomas das três doenças são febre alta e dores musculares.

Segundo afirma o médico, a melhor forma de prevenção é o combate à proliferação do mosquito vetor. “Medidas como evitar água parada e outros criadouros do inseto são consideradas as mais efetivas”, relatou Aragão. 

Além dos cuidados da população, as sete prefeituras do Grande ABC afirmaram que seguem as diretrizes do Plano Nacional de Controle do Mosquito Aedes aegypti e realizam diversas ações para combater as arboviroses.

Entre as medidas adotadas pelos municípios estão: conscientização da população por meio de visitas domiciliares e outras estratégias; monitoramento de pontos estratégicos que possuem grande quantidade de recipientes e que podem acumular água e servir de criadouro para o mosquito; monitoramento de imóveis públicos; bloqueio de casos suspeitos ou confirmados; avaliação de densidade larvária; nebulização; e bloqueio de criadouros, entre outras ações.

A administração andreense informou que o Grande ABC conta com uma Sala de Situação Regional, que faz reuniões mensais com o GVE (Guia de Vigilância Epidemiológica VII) do governo do Estado, que envolvem as sete cidades, além de encontros periódicos com outros órgãos estaduais, como o CVE (Centro de Vigilância Epidemiológica), para avaliar a situação epidemiológica na região. 

O Paço de Diadema, por sua vez, enfatiza e orienta a população sobre as medidas a serem adotadas para prevenir a proliferação do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue, zika, chikungunya e febre-amarela. Evitar água parada, tampar bem as caixas d’água, higienizar recipientes com frequência, evitar água em pratos de plantas, cuidar das calhas da casa, descartar o lixo de forma adequada e receber os agentes de saúde, estão entre as principais dicas de prevenção.

 




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