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Câmara se rebela e barra projeto do prefeito Oswaldo Dias
Paula Cabrera
Do Diário do Grande ABC
27/05/2009 | 07:42
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A bancada governista da Câmara de Mauá rebelou-se pela primeira vez nesta gestão e não incluiu dois projetos do prefeito Oswaldo Dias (PT) na votação de ontem. Ambos chegaram ao Legislativo segunda-feira em caráter de urgência.

Segundo alguns vereadores, a decisão de excluir os temas da Ordem do Dia bateu de frente com o secretário de Governo e articulador político na Câmara José Luiz Cassimiro (PT). Sem conseguir mudar a opinião dos vereadores, Cassimiro teria deixado o Legislativo irritado.

A divergência com o pedido do prefeito foi em relação ao conteúdo de um dos projetos, que como o Diário adiantou, diminuiria significativamente o poder da Câmara.

Oswaldo pretende mudar a Lei Orgânica Municipal e excluir a necessidade de aprovação do Legislativo para firmar convênios com entidades públicas e privadas.

O líder da bancada governista na Câmara, Rômulo Fernandes (PT), atestou que não houve atrito e que a medida foi necessária apenas para facilitar o diálogo entre os pares. "Não há qualquer divergência com a Prefeitura. A ideia de adiar é para que possamos convencer mais parlamentares e evitar discussões no plenário." A votação da doação de área para a Cooperma (veja mais abaixo) também foi apontada como um dos motivos para que a alteração à LOM não entrasse nas dicussões do dia.

Apesar da justificativa, o descontentamento da base aliada era visível. Entre as conversas nos corredores, a maioria dos vereadores eleitos por outros partidos e que apoiam o governo petista não parecia certa em aprovar a emenda. "Temos de rever a lei. Fomos pegos de surpresa. Não temos o embasamento para votá-la hoje (ontem)", defendeu Ivan Gomes, o Batoré (PP), que emendou criticando a postura de alguns integrantes do Executivo. "Falta diálogo de alguns secretários que se acham superpoderosos."

Osvanir Stella, o Ivan (PSB), e Edgar Grecco (PDT) reiteraram a opinião do progressista.

"Acho que a Prefeitura poderia montar uma agenda de discussões com o Legislativo para facilitar as coisas", opinou Edgar, enquanto Ivan foi mais incisivo. "Não cobrei acordos feitos no fim do ano passado, mas vemos que de alguma forma, ainda não cumpriram com o combinado lá atrás."

O oposicionista Silvar Silva Silveira (PV) endossou a lista dos que criticam a falta de comunicação entre os articuladores do Legislativo com os vereadores. "Ele (Cassimiro) não tem capacidade de articular nada. É uma pessoa inoperante, apolítico. Não busca entendimento com a Casa. Ele não sabe discutir projetos."

Cassimiro, que deixou a sessão sem falar com a imprensa, não respondeu aos questionamentos por telefone. O secretário alegou por duas oportunidades estar em reunião e não retornou as ligações até o fechamento desta edição.




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