O prefeito de Diadema, Taka Yamauchi (MDB), visitou as obras do CEU (Centro Educacional Unificado), vitrine da gestão de seu antecessor, José de Filippi Júnior (PT), e afirmou que a situação “é caótica e devastadora”. O emedebista adiantou que o projeto será reavaliado e que o governo está “empenhado em corrigir a rota do empreendimento”. 

As obras do CEU, antes denominado Quarteirão da Educação, sofreram diversos atrasos em sua execução. Previsto para ser entregue em fevereiro de 2024, teve a inauguração adiada para dezembro e, agora, o novo prazo de conclusão é maio deste ano. 

Entretanto, segundo Taka Yamauchi, o projeto apresenta diversas falhas que comprometem não apenas a segurança, mas também a manutenção do espaço. “Estamos diante de uma construção com inúmeros erros, principalmente na concepção do projeto, que dificultarão em muito sua conservação e uso futuro”, disse o prefeito. 

No fim de novembro de 2024, cerca de 70% das obras estavam concluídas, conforme foi divulgado pelo então prefeito Filippi em vídeo publicado nas redes sociais. Porém, o avanço das obras é lento. Em oito meses houve progresso de apenas 20% nas obras. 

Segundo o secretário de Educação, Felipe Sartori Sigollo, as falhas se estendem também à falta de mobiliário. Sartori anunciou que será realizada força-tarefa para solucionar as pendências. Taka, por sua vez, afirmou que as obras vão continuar, mas que o projeto será reavaliado. “A prioridade é restabelecer a credibilidade do projeto e o compromisso com a população, que nada tem a ver com os erros da gestão passada”, disse o prefeito.

O PROJETO

Após a conclusão, o complexo terá 25 mil metros quadrados de área construída, com capacidade para receber 1,8 mil estudantes. O CEU, localizado no Jardim Promissão, será composto de três unidades educacionais, com creche para 260 bebês; educação infantil para 512 crianças; ensino fundamental em tempo integral para 896 alunos; e 224 vagas para a educação de jovens e adultos (EJA).

O complexo ainda contará com espaços para práticas esportivas e culturais: quadra poliesportiva, salas de ginástica, piscinas cobertas para aulas de natação, hidroginástica e atividades recreativas, além de teatro, cineteatro e oficinas culturais. O projeto também prevê uma biblioteca interativa, ligando todos os prédios. 

Inicialmente, o projeto recebeu investimento de R$ 90 milhões do governo federal, sendo que R$ 39,8 milhões foram repassados em 2023 pelo MEC (Ministério da Educação), no âmbito do Programa Escola em Tempo Integral. Em novembro de 2024, José de Filippi anunciou que o governo federal garantiu mais R$ 50 milhões para a conclusão do Centro Educacional, como parte do programa Periferia Viva.