Nem mesmo os três AVCs tiraram de Adalberto Dias Almeida o empenho em buscar soluções modernas e sustentáveis para o Grande ABC
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Morador do centro de Santo André há mais de seis décadas, Adalberto Dias Almeida, que nasceu em Paranapiacaba, distrito do município, em 1939, é um idealista e realizador. Nem mesmo os três AVCs (Acidente Vascular Cerebral), além da perda de uma visão e de 50% da audição, fizeram o idoso de 85 anos suspender a busca por soluções para colocar sua cidade e a região na vanguarda do desenvolvimento.
Com a mente sempre ativa, o comerciante aposentado não somente sonha, mas estuda e desenvolve projetos para um dia conseguir colocar em prática no Grande ABC modernidades de países de primeiro mundo. Ele acredita que a região será pioneira em tecnologias que trazem sustentabilidade, redução de tempo e investimento. “Quero contribuir com métodos de modernidade. Sei que não vou viver para ver isso, já estou no fim da vida, mas quero deixar um legado”, afirma.
Um de seus sonhos é contribuir para alternativas que não impactem o meio ambiente. O andreense cita um exemplo: “Uma colher de óleo diesel jogada no chão precisa de 38 litros de água para dissolver. A água ficará contaminada e vai demorar meses para as pessoas deixarem de consumir água com petróleo”, alerta.
Por isso, uma de suas realizações seria ver os transportes sendo movidos por energia solar. “Placas solares instaladas em todo curso da ferrovia podem fazer a alimentação local e ainda conseguem abastecer carros e ônibus elétricos. É uma energia que não agride o meio ambiente e é de graça. Deus não cobra conta de luz”, brinca.
TRANSPORTE EFICAZ
Uma de suas maiores metas é transformar o transporte ferroviário. Almeida quer tornar realidade seu projeto de substituir o trem da região, e até ônibus, por transporte de levitação magnética. O projeto foi desenvolvido pelo engenheiro civil Eduardo Gonçalves David, que tem pós-doutorado em levitação magnética na Alemanha e há 20 anos montou um protótipo do veículo no Rio de Janeiro. O idealista morador de Santo André uniu a expertise do engenheiro com seu conhecimento sobre toda ferrovia da região. São décadas de estudo e experiência precoce acompanhando, desde criança, seu avó que trabalhou no setor desde os primórdios da construção do sistema da Ferrovia Santos-Jundiaí.
“Com a tecnologia da levitação magnética poderíamos substituir também muitos ônibus sem precisar alargar as vias nem desapropriar casas. Também seria possível ganhar tempo e fazer o trajeto do Grande ABC para a estação Jabaquara, em São Paulo, em poucos minutos. É uma obra que gasta um terço apenas do que seria investido em uma obra equivalente de metrô, além de não agredir o meio ambiente. O tempo de construção também diminuiria de anos para alguns meses”, diz.
De forma simplificada, a força provocada pelo campo magnético seria capaz de mover o trem, que flutuaria sem precisar de trilhos. Almeida tenta, insistentemente, viabilizar o projeto e enviou propostas para avaliação de um senador, que ainda não pode ter seu nome revelado. Tentou também reuniões com outras autoridades municipais e estaduais, sem sucesso.
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