O Ministério Público português deve receber da PJ (Polícia Judiciária) nesta segunda-feira um parecer sobre as investigações do caso de desaparecimento da menina britânica de quatro anos, Madeleine McCann, cujos pais foram apontados oficialmente como suspeitos na sexta-feira.

Com base nas provas que serão apresentadas pela polícia portuguesa, a promotoria irá analisar se o casal será acusado de algum crime.

Segundo a imprensa britânica, os pais de Maddie, Kate e Gerry McCann,  já contataram o advogado Michael Caplan, que fez a defesa do ex-ditador Augusto Pinochet em 1999, quando a Espanha pediu sua extradição.

O casal é suspeito de ter assassinado acidentalmente a filha e depois ter escondido o corpo. De acordo com a tia da menina Madeleine, a polícia teria proposto a Kate que confessasse o assassinato acidental e, em troca, sua pena poderia ser reduzida.

Os familiares de Maddie consideraram “ridícula” a hipótese de que eles teriam participação no sumiço da criança. Kate e Gerry afirmaram que são “totalmente inocentes”.

Vestígios - Desde a semana passada, a PJ (Polícia Judiciária portuguesa) tem em mãos parte dos resultados da perícia realizada no quarto de onde Maddie desapareceu no dia 3 de maio, num complexo turístico da região sul de Portugal, enquanto os McCann jantavam com os amigos em um restaurante próximo.

Foram encontrados no apartamento vestígios de sangue, saliva e cabelo. Além disso, no carro que o casal alugou 25 dias depois do sumiço da filha também havia sinais de sangue, o que aumentou as suspeitas sobre os pais da garota.

Ontem, os McCann retornaram a Inglaterra, apesar de agora serem considerados oficialmente suspeitos. Em virtude do código penal português, a qualificação oficial de suspeitos não impede que eles deixem Portugal, desde que informem com antecedência as autoridades judiciárias.

"Não tivemos nada a ver com o desaparecimento de nossa adorável filha Madeleine", declarou mais uma vez Gerry McCann, ao descer do avião ontem.