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Dieese teme idéia de expurgar o IGP-M
Do Diário do Grande ABC
04/05/2000 | 17:26
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A coordenadora do Indice de Custo de Vida (ICV) do município de Sao Paulo, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-econômicos, Cornélia Nogueira Porto, teme a idéia do governo de expurgar do Indice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), calculado pela FGV, o impacto da correçao de tarifas de energia elétrica. "Um índice expurgado pode ser utilizado para o bem e para o mal", ponderou a economista.

O Ministério da Fazenda quer expurgar do IGP-M o impacto da correçao de tarifas de energia elétrica. Esse novo índice expurgado seria a base para as futuras revisoes das tarifas que, por contrato, sao indexadas ao IGP-M. Com isso, o governo quer evitar que aumentos concedidos ao setor realimentem futuros reajustes e, assim, a inflaçao.

Historicamente, segundo Cornélia, o governo "nunca" utiliza um índice expurgado para "o bem". O receio da economista do Dieese é de que o governo possa aplicar esse mesmo índice expurgado, por exemplo, sobre os reajustes salariais.

A energia elétrica, admitiu a economista, tem um impacto significativo na formaçao do Indice de Custo de Vida. As classes sociais mais pobres sao as mais afetadas pelos reajustes das tarifas. Em 1999, o ICV-Dieese acumulado foi de 9,57%, sendo que os preços públicos, reajustados em 21,68%, contribuíram com 3,86 ponto percentual. A energia elétrica contribuiu com cerca de 1 ponto percentual.

No ano passado, a inflaçao passou a ter altas sucessivas a partir de maio, com o aumento das tarifas públicas. A energia elétrica, por exemplo, traz impacto na inflaçao de junho a agosto já que o reajuste é diluído nas contas. Desde outubro do ano passado, o governo vem admitindo que poderia limitar o reajuste das tarifas, para evitar o comprometimento da meta de inflaçao de 6% para 2000.

Ao comentar a proposta do governo, a analista Rita Rodrigues, da Tendência Consultores, ponderou que tem dúvidas sobre a possibilidade de mudança de indexador, nos contratos do governo com as concessionárias de energia elétrica. "Se os contratos permitirem, seria um fator positivo à medida que limitará a alta da inflaçao", disse.




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