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ESPECIAL LULA: o embate com Collor
Do Diário do Grande ABC
27/10/2002 | 21:27
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Na primeira vez em que Lula disputou a presidência, em 1989, ele quase chegou lá. O metalúrgico foi ao segundo turno e perdeu por pouco para o ex-governador alagoano Fernando Collor de Mello. Aquele ano marcou também a primeira vez em que povo brasileiro, depois de 29 anos sem eleição direta para presidente, comparecia às urnas para escolher o mandatário máximo do país.

Nomes tradicionais da política, como Mário Covas, Paulo Maluf, Leonel Brizola, Ulysses Guimarães, Aureliano Chaves, entraram na corrida presidencial. Uma figura pouco conhecida em nível nacional, o governador de Alagoas Fernando Collor (PRN) apareceu dizendo que acabaria com os marajás, teve ascensão meteórica nas pesquisas e fechou o primeiro turno com cerca de 20,6 milhões de votos (28% dos válidos).

Lula e Leonel Brizola (PDT) travaram uma briga ferrenha pela outra vaga no segundo turno. Brizola apostou tudo no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, onde fez quase 80% dos votos. Em São Paulo, fez 2%. O petista fez resultados medianos em todo o Brasil e ficou com a vaga, obtendo 11,6 milhões de votos (16,08%) enquanto o pedetista teve 11,2 milhões (15,45%).

No segundo turno, houve uma polarização entre direita e esquerda. A campanha do PT reuniu um grande número de artistas para cantar “Lula-lá”.

A derrota – Há poucos dias do final, Collor levou à TV Mirian Cordeiro, ex-namorada do metalúrgico. Ela acusou Lula de pressioná-la a fazer aborto quando engravidou de Lurian, na década de 70. Lula apareceu no horário eleitoral chorando, abraçado a sua filha. Veio o debate na TV, e ele saiu-se mal. “Tínhamos a expectativa de que iríamos tirar a diferença. Aquele 1%, a militância tirava. Aquela denúncia que mexeu com o lado emocional dele e abateu todo mundo”, disse o deputado federal Jair Meneghelli (PT), na época presidente da CUT. Collor venceu, com 35 milhões de votos (42,75%) a 31 milhões (37,86%).

Picaretas – O presidente sempre foi bom frasista, expressando de forma clara a indignação popular. Uma das frases virou música dos Paralamas do Sucesso. Em 1993, ele afirmou que o Congresso abrigava pelo menos 300 picaretas, referenciando-se à corrupção no meio parlamentar na época.




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