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Pesquisa vai traçar perfil dos serviços de saneamento básico
Do Diário do Grande ABC
10/03/2000 | 17:13
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Depois de 11 anos, o Brasil finalmente irá conhecer o perfil da qualidade dos serviços de saneamento oferecidos à populaçao nos 5.507 municípios brasileiros. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) está realizando, a Pesquisa Nacional de Saneamento Básico (PNSB/2000) que será custeada pela Fundaçao Nacional de Saúde (Funasa) em parceria com a Secretaria Especial de Desenvolvimento Urbano da Presidência da República e a Caixa Econômica Federal.

Além de conhecer quem sao as prestadoras de saneamento em cada município e a qualidade do serviço, a pesquisa abordará ainda as condiçoes ambientais nas cidades e seus reflexos para a saúde do brasileiro. O trabalho de campo já foi iniciado no Pará, Pernambuco, Paraíba e Espírito Santo e, neste mês, será estendido a outros Estados. A previsao é de que até agosto todos os Estados sejam visitados pelos 800 técnicos credenciados. O projeto, orçado em R$ 1,2 bilhao, inclui a divulgaçao dos resultados em uma publicaçao e também em CD-ROM.

A pesquisa deste ano pretende ser mais abrangente que a realizada, pela primeira vez, em 1989. Nao serao visitados apenas os municípios, mas também os distritos. O levantamento também nao se limitará aos dados sobre abastecimento de água, tratamento do esgoto e do lixo. Incluirá ainda a questao da drenagem urbana, ou seja, como está sendo feito o escoamento de águas paradas.

Alvos - Todos esses assuntos constarao dos questionários que os técnicos do IBGE levarao às prefeituras, onde entrevistarao representantes municipais sobre o local da captaçao de água, o volume de água distribuída, a extensao das redes de abastecimento, os esgotos sanitários e o tratamento de esgotos. Também será identificada a competência dos órgaos públicos e dos privados sobre o fornecimento desses serviços no município. Os pesquisadores levantarao ainda a freqüência da coleta, o volume e o depósito de lixo doméstico.

E serao observadas as implicaçoes de enchentes e erosoes na qualidade de vida das pessoas. Os resultados da pesquisa serao aproveitados na definiçao de políticas públicas. "Poderemos aperfeiçoar o trabalho e direcionar os recursos para as regioes mais carentes", prevê o diretor-geral do Departamento de Saneamento da Funasa, Sadi Coutinho Filho. Ele comenta que determinadas doenças estao associadas diretamente à falta de saneamento básico, entre elas a dengue, leptospirose, esquistosomose, verminoses e doenças de Chagas.

Segundo ele, problemas no abastecimento de água podem propiciar a transmissao da cólera, da febre tifóide e da tracoma (infecçao nos olhos). A falta de drenagem contribui para o crescimento da malária, enquanto que um esgoto precário favorece o surgimento da esquistosomose. O lixo tambám ajuda a propagar doenças. No caso da dengue, o combate à doença começa pela identificaçao dos locais onde o mosquito Aedes aegypti está se reproduzindo. Técnicos da Funasa já encontraram larvas do mosquito até em uma tampinha de refrigerante que acumulou água da chuva, em um quintal.




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