Às vésperas das definições dos candidatos às Prefeituras do Grande ABC, seis postulantes desistiram de continuar com projeto majoritário para aderir a outras campanhas. Rafael Daniel (PMN) e Edgard Brandão Júnior (PSC), de Santo André; Cezar de Carvalho (PSDB) e José Luiz Francia (sem partido), ambos de Ribeirão Pires; Valmir Copina (PMDB), de Rio Grande da Serra; e Antonio de Pádua Tortorello (PSC), em São Caetano, abdicaram de voo solo, mas nem por isso contabilizam prejuízo eleitoral.

Coordenador do curso de Política e Relações Internacionais da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Aldo Fornazieri avalia que não há influência para o futuro político do candidato desistente. O especialista prefere ressaltar a musculatura ao postulante que recebeu adesão até então inesperada.

"Aquele ganha o apoio evita mais um adversário e agrega muita força à candidatura", argumenta. "(O amplo arco de alianças) é uma condição importante para buscar vitória. Agregar apoio é importante, pois garante mais gente na rua, mais apoio e estrutura partidária. Além disso, pode agregar votos que o outro possível candidato teria", disse Fornazieri.

No último mês, os então pré-candidatos à Prefeitura de Santo André optaram pela composição com outros protagonistas do pleito. Sobrinho do prefeito Celso Daniel (morto em 2002), Rafael Daniel aceitou convite de Nilson Bonome (PMDB) para ser seu vice na corrida majoritária. Caminho semelhante percorreu Edgard Brandão, ao apoiar Raimundo Salles (PDT).

A composição entre pré-candidatos ao Paço aconteceu em Ribeirão Pires, São Caetano e Rio Grande da Serra. Em Ribeirão, Cezar desistiu de lançar a quarta via na cidade para engrossar a lista de aliados do nome escolhido pelo governo Clóvis Volpi (PV) para a sucessão: Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS). Francia também fez a mesma trajetória.

Em São Caetano, Pádua - irmão do triprefeito Luiz Olinto Tortorello (morto em 2004), abdicou do voo solo para aderir à campanha de Regina Maura Zetone (PTB), pinçada pelo prefeito José Auricchio Júnior para a continuidade de gestão. E, em Rio Grande da Serra, Copina, por articulação da deputada estadual Vanessa Damo (PMDB), fechou aliança com o governista Gabriel Maranhão (PSDB).

Fornazieri explicou que os acordos são mais saudáveis neste momento eleitoral. "Ninguém consegue governar sozinho e para isso é necessário política de alianças. Se for antes da eleição, é melhor porque se torna algo mais programático. Quando falamos em alianças depois da eleição, falamos de discussão de cargos", discorreu o especialista.