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Rebeliao termina com dois feridos em Belém
Do Diário do Grande ABC
18/07/2000 | 17:13
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Uma rebeliao envolvendo os 112 detentos da 4ª Zona de Policiamento da Seccional Urbana da Acremaçao, um dos bairros mais populosos de Belém (PA), terminou com dois detentos feridos na madrugada desta terça-feira.

Liderada por 12 homens, a revolta começou às 4h da manha, quando os prisioneiros botaram fogo em roupas e colchoes, quebraram celas, portas e uma parede interna da delegacia. O ex-vereador Isac Costa da Silva, de Altamira, um dos maiores municípios do Pará, que perdeu o mandato por assalto a banco e formaçao de quadrilha, e Tobias Fonseca Botelho, o "Maraca", que tinha bom comportamento e era considerado delator pelos colegas, foram tomados como reféns. Eles sofreram ferimentos, foram socorridos no Pronto-Socorro de Belém e passam bem.

A Seccional Urbana da Acremaçao tem capacidade para 70 pessoas mas, na madrugada da rebeliao, 112 estavam presas. As quatro seccionais de Belém têm a mesma capacidade mas operam com uma média de 130 detentos. Os envolvidos na confusao reivindicavam a transferência para as casas de detençao do Estado por causa da superlotaçao e mais agilidade no julgamento dos processos. É que cerca de 98% dos detidos sao presos provisórios que aguardam julgamento - os 2% restantes sao condenados que fugiram dos presídios e foram recapturados.

A rebeliao foi contida às 8h desta terça pela tropa de choque da Polícia Militar. Dos 112 detentos, 105 foram transferidos. Sessenta deles foram para a Penitenciária de Americano I, em Santa Isabel do Pará, a 45 quilômetros de Belém. O Sistema Penitenciário Metropolitano de Segurança Máxima, em Marituba, a 15 quilômetros de Belém, recebeu 15 detentos. Outros 20 foram para a Penitenciária de Americano II, também em Santa Isabel do Pará. Os últimos dez foram encaminhados ao Presídio do Coqueiro, na capital.

A transferência foi involuntária. É que a 4ª Zona de Policiamento da Seccional da Acremaçao, destruída, ficou sem condiçoes de segurança para acomodar os detentos. Todas as penitenciárias da regiao metropolitana de Belém estavam operando com superlotaçao. "Estamos sentados sob um barril de pólvora que pode explodir a qualquer momento", disse José Alyrio Sabba, superintendente do Sistema Penitenciário do Pará. Para evitar rebelioes nos presídios, Sabba disse que vai reforçar o contingente policial em todos eles.

As seccionais de Belém enviaram para o sistema penitenciário 943 detentos em seis meses. Nos últimos cinco anos, o número de vagas nos presídios aumentou em 289%, mas nao acompanhou o índice de crescimento da criminalidade. Atualmente, o governo do Pará está investindo na construçao de presídios nas principais cidades do interior. Quase a metade da populaçao carcerária procede delas.




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