Projeto de LOA estima apenas R$ 2.000 para programa de moradia popular em São Caetano no próximo ano
Em audiência pública do projeto de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) realizada na Câmara, Stefânia Wludarski, secretária da Fazenda de São Caetano, apresentou detalhes da peça ainda em elaboração e ouviu questionamentos de vereadores sobre a previsão de aporte de recursos nas mais diversas áreas da administração. Entre os pontos que causaram desconforto à chefe da Pasta figura o aporte previsto para a política habitacional, no montante de apenas R$ 2.000. O assunto entrou em discussão após Bruna Biondi (Psol) questionar a secretária sobre o que seria possível fazer com o recurso diminuto. “Não dá para trocar portas e fechaduras de uma casa”, discorreu a parlamentar.
Stefânia atribuiu a inexistência de um programa efetivo de habitação à falta de discussões mais aprofundadas. “Eu nunca vi debate sobre habitação pré-Di Thiene, tanto no Poder Executivo sobre como agir, como aqui nesta Casa.”
Em sua declaração, a secretária lembrou que a pauta começou a ser discutida em São Caetano após o desabamento de uma laje no Condomínio Di Thiene, no bairro Fundação. A edificação precária teve parte de sua estrutura colapsada em 2019. Com os danos, a construção foi interditada e posteriormente demolida, desalojando cerca de 100 pessoas.
“Habitação social no município é completamente mitigada. Não tem grande expressão dentro da LOA, não tem aplicação de recurso de grande monta, não tem operação de crédito destinada a isso e não tem convênio firmado”, discorreu Stefânia. A secretária completou sua fala ao lembrar que garantir o valor “simbólico” possibilita ao futuro prefeito – em caso de ações judiciais, apontamentos do Ministério Público ou situações semelhantes de acidentes – a abertura de crédito suplementar ou firmar parceria com a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo), por exemplo.
Stefânia, no entanto, tirou a responsabilidade sobre projeto de habitação das costas da gestão do prefeito José Auricchio Júnior (PSD), que encerra o mandado em 31 de dezembro e passa o bastão para o sucessor, Tite Campanella (PL). “Se essa Casa (Câmara) entende que isso (habitação popular) é prioridade e que, olhando para outras políticas, pode reduzir algo (recurso) e trazer isso para essa propositura, é o dever de vocês (vereadores) fazer.”
A secretária frisou que a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) é o dispositivo legal para se fazer as indicações de aplicação de recursos antes do fechamento da LOA e, por isso, espera emendas para debater mudanças. Stefânia ponderou sobre a falta de ações recorrentes na Habitação. “Acho que São Caetano tem muitas condições de avançar na política habitacional e precisa de muito menos (investimentos) do que outros municípios”, declarou.
A audiência pública, realizada na noite chuvosa de ontem, durou aproximadamente duas horas e teve pouca participação popular. Seis vereadores da base auricchista fizeram elogios à postura da secretária. Um morador verbalizou série de três perguntas para Stefânia, que respondeu a todas. Bruna e Edison Parra (Podemos) tentaram esclarecer pontos da LOA. A psolista adiantou ao Diário que apresentará emendas à peça.
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