A presença de favelas densamente povoadas no Grande ABC, evidenciada pelo Censo 2022, revela a necessidade urgente de políticas habitacionais consistentes. Comunidades como Vila São Pedro, em São Bernardo, e Chafik/Macuco, em Mauá, figuram entre as maiores do Brasil, somando mais de 55 mil moradores em condições de moradia precárias. A magnitude desses números é reflexo das décadas de crescimento urbano desordenado e da falta de investimentos para garantir habitação digna. Aportar em soluções sustentáveis não é apenas uma medida de assistência social, mas um passo estratégico para integrar esses moradores à cidade formal e promover a justiça social.
A situação do Grande ABC, onde 470 mil pessoas vivem em favelas distribuídas por 350 comunidades, aponta para desafio que transcende a habitação e alcança questões de infraestrutura, segurança e acesso a serviços básicos. Áreas como essas sofrem com a insegurança na posse dos imóveis e com a oferta incompleta de equipamentos públicos, aspectos que perpetuam a exclusão e limitam o potencial de desenvolvimento da região. Implementar investimentos direcionados a projetos de urbanização e reassentamento é vital para transformar o panorama das cidades e promover o direito à cidade para todos os moradores, o que inclui as ofertas de transporte, saúde e educação de qualidade.
Exemplos bem-sucedidos de programas de urbanização em outras localidades brasileiras demonstram que, com planejamento e investimento coordenado, é possível reverter o quadro de segregação habitacional. No Grande ABC, a aplicação de recursos em projetos de requalificação de áreas degradadas e a construção de conjuntos residenciais de baixo custo, aliados a incentivos para a regularização fundiária, podem reduzir significativamente o déficit de moradias dignas. O compromisso em alocar verbas para a causa e priorizar políticas de desfavelização é um caminho necessário para que a região avance em direção a futuro mais inclusivo e equitativo. Fica a tarefa aos prefeitos eleitos.
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