Vila São Pedro, em S.Bernardo e Macuco, em Mauá, aparecem no ranking do Censo 2022; região tem 470 mil vivendo em comunidades
Das 20 favelas mais populosas do Brasil, duas estão localizadas no Grande ABC. Vila São Pedro, em São Bernardo, e Chafik/Macuco, em Mauá, aparecem em 17° e 19° lugares, respectivamente, no ranking do Censo 2022, divulgado ontem pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A comunidade mais populosa do País é a Rocinha, no Rio de Janeiro, enquanto no Estado de São Paulo Paraisópolis, na Capital, lidera (terceira no ranking nacional).
Formadas na década de 1980, as duas comunidades da região concentram, juntas, 55.301 mil moradores, número superior ao de residentes de Rio Grande da Serra (44.170). Em relação à extensão territorial, essas favelas somam 2,1 km² (1,3 Chafik/Macuco, e 0,8 São Pedro) – a Rocinha, em comparação, tem 0,9 km², enquanto a maior favela em extensão do Brasil, chamada 26 de Setembro, em Brasília, tem 10,5 km².
As favelas de São Bernardo (28.466 moradores) e Mauá (26.835) estavam entre as quatro mais populosas do Estado de São Paulo de acordo com os dados de 2022. Nas primeiras posições aparecem Paraisópolis (58.527), na Zona Oeste da Capital, e Heliópolis (55.583), na divisa com São Caetano.
No Censo 2022, as 12.348 favelas do Brasil tinham 295.009 domicílios ocupados, enquanto na região eram 350 comunidades e 177.775 imóveis com habitantes.
Entre as 20 maiores favelas em número de domicílios particulares permanentes ocupados, a região possui três comunidades no ranking do Censo, sendo a Vila São Pedro, em 13°, com 10.273 imóveis; o Jardim Oratório, em 17°, com 9.189 domicílios e Chafik/Macuco, em 18°, com 9.158.
Os pesquisadores do IBGE consideram favelas e comunidades urbanas localidades com características como insegurança jurídica da posse, ausência ou oferta precária ou incompleta de serviços públicos, padrões urbanísticos fora da ordem vigente e ocupação de áreas com restrição ou de risco ambiental.
POPULAÇÃO TOTAL
O Censo 2022 também mostrou o número total da população vivendo em favelas. No Grande ABC eram 470.472 pessoas concentradas em 350 comunidades, enquanto no Brasil eram 16,3 milhões de habitantes em 12.348 localidades. São Bernardo é o município com a maior quantidade de pessoas residindo nesses espaços, com 158.274. Na sequência aparecem Mauá (115.251), Santo André (99.187), Diadema (87.887), Ribeirão Pires (4.678) e Rio Grande da Serra (7) – São Caetano não tem favelas ou comunidades urbanas, diz o IBGE.
O instituto detalhou ainda que 43,4% dos moradores de favelas estão na região Sudeste, com 7,1 milhões de pessoas. No Nordeste estão 28,3% (4,6 milhões); no Norte, 20% (3,3 milhões); no Sul, 5,9% (968 mil); e no Centro-Oeste, 2,4% (392 mil). O Estado de São Paulo tem a maior população de residentes em favelas, 3,6 milhões, seguido por Rio de Janeiro (2,1 milhões) e Pará (1,5 milhão).
Diadema é a cidade do Grande ABC com maior número de comunidades, com 109 no total, em 18º lugar no ranking nacional. São Paulo aparece na primeira posição, com 1.359 comunidades.
Para fazer o levantamento nas favelas durante a apuração, o IBGE realizou a campanha “Favela no Mapa” em parceria com o Instituto Data Favela e a Cufa (Central Única das Favelas), com o objetivo de garantir a cobertura completa do Censo Demográfico nas favelas e comunidades urbanas.
A Cufa de São Bernardo auxiliou equipes do IBGE a realizar o recenseamento em comunidades do município, onde os agentes não conseguiram fazer o levantamento. Segundo o presidente da unidade são-bernardense, Marcos Mirando, o Marcão, as favelas que tiveram apoio da associação foram as comunidades da Fazendinha, Jardim Lampião, Jardim Regina, Parque dos Imigrantes, Jardim Represa e Acampamento dos Engenheiros.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.