O ministro da Defesa, Nelson Jobim, presidiu pela primeira vez nesta segunda-feira uma reunião do Conac (Conselho Nacional de Aviação Civil). No encontro, ficou definido que o aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo, sofrerá uma considerável redução no número de vôos que decolam e pousam no local todos os dias.

De acordo com Jobim, a expectativa é que 151 vôos sejam retirados do aeroporto, que hoje ainda é o mais movimentado do Brasil, com 712 operações diárias. Por isso, o aeroporto não poderá mais ser utilizado para escalas e conexões. “Em Congonhas só acontecerão vôos diretos, numa faixa máxima de duas horas”, assinalou o ministro.

Além disso, de Congonhas só sairão e pousarão vôos de 11 destinos: Brasília, Belo Horizonte (aeroporto de Confins), Rio de Janeiro (aeroportos do Galeão e Santos Dumont), Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Florianópolis, Foz do Iguaçu, interior de SP e Campo Grande. O prazo para implementação destas medidas é o dia 20 de setembro.

Segundo Jobim, os aeroportos mais próximos a Congonhas (Guarulhos e Viracopos) deverão adotar, até 20 de outubro, medidas para receber os passageiros que antes decolavam e chegavam na capital paulista.

A Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) ainda terá a responsabilidade de apresentar, dentro de 15 dias, medidas para ampliar a capacidade de operação destes dois aeroportos.

O ministro também determinou que até o dia 31 de dezembro a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) transfira todos os vôos particulares de Congonhas para o aeroporto de Jundiaí, no interior paulista. Para Jobim, esta transferência deve ser iniciada imediatamente.

Outros aeroportos no Brasil também ajudarão a desafogar Congonhas. Com isso, a partir de agora o aeroporto de Curitiba servirá de conexão para vôos até a região Sul; os aeroportos do interior paulista e de Brasília farão conexão para o Centro-Oeste; o aeroporto de Brasília também fará conexões para Norte; o aeroporto do Galeão fará conexões para Nordeste, Europa, América do Sul e do Norte; e o aeroporto de Confins também terá conexões para o Nordeste.

Cumbica – De acordo com Jobim, o aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, opera com capacidade ociosa de 683 vôos por dia. Por isso, terá capacidade para receber linhas que partiam de Congonhas sem haver sobrecarga.

O Conac também decidiu vai criar um comitê de assessoramento para planejar e monitorar a implementação das mudanças na malha aérea brasileira. Entre os membros do comitê estão a Anac, a Infraero e especialistas da aviação convidados pelo governo e pelo Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo).

Conac - Participaram da reunião do Conac desta segunda-feira os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim; da Fazenda, Guido Mantega; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge; da Justiça, Tarso Genro; do Turismo, Marta Suplicy; da Casa Civil, Dilma Rousseff, além do comandante da Aeronáutica, Juniti Saito, e de dirigentes da Anac e da Infraero.