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Mensalidades ficarão até 13% mais caras
Alexandre Melo
Do Diário do Grande ABC
18/08/2010 | 07:21
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Os pais dos mais de 102 mil alunos matriculados na rede privada de ensino no Grande ABC devem preparar o bolso para reajuste nas mensalidades entre 8% e 13% a partir do ano que vem, segundo previsão da Aesp ABC (Associação das Escolas Particulares do Grande ABC) anunciada ontem após reunião com mantenedores.

Segundo a presidente da entidade, Oswana Fameli, os fatores analisados no encontro foram inadimplência, investimento na infraestrutura dos colégios, reajuste de salário dos funcionários e indicadores macroeconômicos como ICV (Índice do Custo de Vida), INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e IPC (Índice de Preços ao Consumidor).

"O salário dos professores é o que mais pesa nas despesas escolas, representando no mínimo 70%", afirma. A executiva acrescenta que a economia da região está crescendo bem neste ano. No ano passado, o reajuste oscilou de 7% a 15%.

Para se ter ideia do comportamento da inflação, o INPC está em 4,44% no acumulado dos últimos 12 meses, significando que a alta mínima nas mensalidades escolares serão quase o dobro do índice. O ICV, por exemplo, registra alta de 5,21% até julho, enquanto o IPC-Fipe, 4,68%.

Oswana diz que a variação no reajuste depende da realidade de cada unidade de ensino e que a situação de cada aluno poderá ser avaliada individualmente, caso o chefe da família tenha perdido o emprego, por exemplo.

ESTUDO
Ivone Vilardi, diretora geral de três escolas de São Caetano, que vão desde o berçário até o primeiro ano do Ensino Médio, calcula, com o sócio, aumentar no mínimo em 8,5% os valores das mensalidades.

"Até o fim do ano, a situação mudará, pois discutimos na reunião apenas os parâmetros para fazer os cálculos", explica Ivone, responsável por 1.100 alunos.

Mantenedor de sete unidades, também desde o berçário até cursinho pré-universitário, Maurício Fraçon, afirma que a aumento para o próximo ano letivo será de 8% a 9%. "Não será muito diferente de São Paulo."

Fraçon justifica que o salário dos professores terá aumento real de 1,5% e que seus educadores têm reajuste de 4% a cada biênio. "Entendo que muitos pais não tenham este aumento no salário, mas avaliamos os casos individualmente."


Inadimplência no Grande ABC é a menor do Estado de São Paulo
O percentual de inadimplência entre os alunos matriculados no Grande ABC foi o menor de São Paulo no mês de julho, com 7,1%. No período, a média estadual ficou em 10,65%, enquanto que o maior índice foi na cidade de São José dos Campos. Os números foram divulgados ontem pelo Sieeesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo).

Ivone Vilardi, diretora geral de três escolas são-caetanenses, comenta que julho é um dos períodos com pico em relação a atrasos na mensalidade. "As famílias viajam e deixam o pagamento da escola em segundo plano."

Segundo Maurício Fraçon, mantenedor de sete unidades na região, a inadimplência na rede é quase residual. "Dias após o vencimento da mensalidade os atrasos chegam a 5%, mas três meses depois cai para 2%." Ele afirma que este é um fator que pesa no momento de analisar o percentual de reajuste nos preços.




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