Empresa alemã deixará de produzir marcas; sindicato busca a manutenção de empregos
A Basf deixará de produzir as tintas Suvinil e Glasu!. Com isso, serão negociadas as unidades de São Bernardo e de Jaboatão dos Guararapes, em Pernambuco. Não foram divulgados os prazos e nem os valores envolvidos na transação. O Sindicato dos Químicos do ABC convocou assembleia para amanhã. O intuito é manter os empregos na planta do bairro Demarchi.
No comunicado, a empresa alemã afirma que deu início a um “processo estruturado de desinvestimento do seu negócio de tintas decorativas”. E que a decisão estratégica “visa aproveitar o momento de mercado e os fortes resultados do negócio no Brasil”. Além de classificar a transação como “uma oportunidade para um novo dono investir no valor contínuo e no crescimento do negócio de tintas decorativas, que inclui as renomadas marcas Glasu! e Suvinil”.
Anup Kothari, membro do Conselho de Administração Executiva da Basf SE, afirmou que “a Suvinil é um negócio de alto valor que vem atraindo interesse significativo no mercado. Por meio desse desinvestimento, pretendemos desbloquear o verdadeiro potencial desse player especializado e de alto desempenho”.
Em seu comunicado, a empresa afirma que o processo “não trará impactos imediatos para colaboradores ou clientes”. Em São Bernardo são cerca de 800 funcionários e 150 em Jaboatão.
O Sindicato dos Químicos do ABC não tem tanta certeza disso, por isso marcou para amanhã assembleia na portaria da empresa. A intenção é debater se há risco de perda de emprego, redução de direitos, precarização ou maiores jornada de trabalho.
Na pauta para reunião há itens como estabilidade no emprego para todos até junho de 2027; não terceirização dos setores de logística interna e externa, manutenção e bombeiros e o mesmo patamar de remuneração dos salários e PPR (Programa de Participação nos Resultados).
Os trabalhadores vão reivindicar ainda a negociação de pacote especial pela venda e o respeito às cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho dos Químicos do ABC.
Segundo a Abramati (Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas), no ano passado foram produzidos 1,871 bilhão de litros de tintas no País, dos quais 1,407 bilhão voltados ao setor imobiliário. A capacidade das duas marcas, 330 milhões de litros por ano, corresponde a 23,4% de tudo o que foi fabricado no Brasil.
AUTOMOTIVAS
Em fevereiro deste ano, a Basf anunciou o encerramento da fabricação de tintas automotivas, decisão que impactou as unidades de São Bernardo e de Tortuguitas, na Argentina). As negociações entre trabalhadores e empresa se arrastaram até julho, quando as duas partes entraram em acordo, após greve que durou cinco dias.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.