O presidente George W. Bush anunciou nesta segunda-feira a nomeação do juiz John Roberts como presidente da Corte Suprema. Roberts substitui William Rehnquist, falecido no sábado passado.

"Escolhi o juiz Roberts entre os juristas mais brilhantes do país porque ele tem a inteligência, a experiência e o temperamento necessários para ser um membro excepcional da máxima instância judicial do país", declarou Bush.

Composta de nove magistrados nomeados de forma vitalícia, a Suprema Corte toma decisões sobre temas essenciais da sociedade, como o direito ou não ao aborto, a pena de morte, mas também sobre as prerrogativas do poder executivo na "guerra contra o terrorismo" ou sobre questões econômicas. O presidente desta instância é considerado um dos homens mais poderosos do país.

A escolha de Roberts, um juiz federal republicano conservador, já suscitou as críticas dos progressistas americanos. No entanto, suas qualidades de jurista são inquestionáveis e ele nunca mostrou radicalismo em suas intervenções públicas.

No processo de confirmação da designação de Roberts no Senado, com início previsto para esta terça-feira mas que foi adiado, a oposição democrata tentará levá-lo a expressar sua posição sobre os temas mais polêmicos para ter uma idéia das decisões que ele poderá tomar como presidente da Suprema Corte.

"Essa designação torna essencial que o povo americano e o Senado tenham um conhecimento completo das posições do juiz Roberts antes que ele assuma o que é provavelmente o segundo cargo mais poderoso dos Estados Unidos", frisou o democrata Charles Schumer.

A nomeação de Roberts poderia colocar de forma irremediável a Suprema Corte no lado conservador durante pelo menos uma geração, sobretudo se Bush escolher uma personalidade de ultradireita para substituir a centrista Sandra Day O'Connor, que apresentou sua demissão em junho passado.

Esta é a primeira vez em 35 anos que um presidente americano tem de designar dois magistrados da Suprema Corte ao mesmo tempo.

Os integrantes da Suprema Corte são nomeados de forma vitalícia, mas podem renunciar.

William Rehnquist, que morreu com 80 anos de um câncer da tireóde após ter presidido a Suprema Corte durante 19 anos, havia imposto à instituição uma orientação bastante conservadora.

Nesse sentido, Roberts encarna a continuidade, já que ele havia sido assistente de Rehnquist.

Bush anunciou nesta segunda-feira que pretendia nomear rapidamente um substituto para O'Connor, que deve, no entanto, continuar no cargo até que um sucessor seja designado.