Sesi Santo André teve quatro atletas na Paralimpíada e subiu ao pódio por duas vezes no salto em distância, com Paulo Henrique Reis e Aser Ramos
ouça este conteúdo
|
readme
|
A Paralimpíada de Paris computou recorde de medalhas do Brasil, que alcançou o quinto lugar no quadro geral. Com quatro participantes no atletismo, o Sesi Santo André ajudou o País a chegar a tal marca, com os pódios de Aser Ramos e Paulo Henrique Reis. Além deles, o clube ainda teve Lucas Lima e Gabi Mendonça.
Logo em sua primeira participação paralímpica, Paulo Henrique conquistou o bronze no salto em distância T13 (atletas com deficiência visual parcial). Ele descreve a sensação de premiação como algo único. “O pódio parecia o lugar mais confortável do mundo. Mesmo de pé, você sente vontade de ficar lá por horas”, comenta o atleta.
Segundo Paulo Henrique, a preparação para Los Angeles-2028 já começa neste ano, e seu foco é repetir a história, mas agora retornar para Santo André com o ouro.
Também no salto em distância, na classe T36 (atletas com falta de coordenação motora), Aser Ramos conquistou a prata após um período longo se recuperando de lesão. “Treinei apenas três vezes na pista. A prova me colocou em xeque, mas não são seis meses que definem dez anos de trabalho”, diz. Após o quarto lugar na prova de Tóquio-2020, Ramos afirma que principal diferença do evento deste ano foi a presença do público, que, em 2021 teve restrições por causa da pandemia de Covid-19.
Paulo Henrique e Aser Ramos não foram os únicos medalhistas da região. O Grande ABC teve outros pódios, como Verônica Hipólito (bronze) e Júlio Agripino (ouro), também no atletismo, e Rebeca Souza, ouro no judô.
Com cerca de 180 atletas nas disputas em Paris, o Brasil conseguiu um total de 89 pódios, recorde do País no evento. Foram 25 ouros, enquanto as pratas somaram 26 e, por fim, 38 medalhas de bronze.
Nesta edição dos Jogos Paralímpicos, o Stade de France, palco das disputas do atletismo, recebeu diariamente um público maior que 70 mil pessoas. “É mágico ver tanta gente acompanhando e vibrando com o esporte paralímpico. É lindo”, diz Gabi Mendonça. A velocista fez sua estreia em Paralimpíadas e foi finalista dos 100m, terminando sua participação em sexto lugar.
Já Lucas Lima iria participar das disputas nos 400m, porém uma lesão no tornozelo direito nas fases preliminares impediu que o corredor desse sequência à campanha. O atleta revela que se sentiu frustrado, mas que o fato serve de motivação. “A cabeça de um atleta tem que ser muito forte. Tiro isso como uma lição. O treinador reparou que meu corpo mudou muito nos últimos tempos, em decorrência da descompensação de um dos lados”, explica. Em 2013, Lucas precisou realizar a amputação do braço esquerdo após um acidente de moto, e iniciou a vida no atletismo em 2017.
VISÃO GERAL
O treinador Daniel Biscola também viajou a Paris para seguir com o treinamento dos atletas da região e, de acordo com o profissional, os bons resultados se devem ao foco dos competidores. “É fácil se deslumbrar na Vila. Não tínhamos resultados tão favoráveis antes da Paralimpíada, mas tudo deu certo no momento mais importante”, completa.
Biscola diz ainda que é possível melhorar o desempenho dos andreenses de olho em 2028. “Trabalhamos com ciclos, e olhamos primeiramente para os mundiais de 2025 e 2027”, completa. Ele também brinca dizendo que agora os competidores terão um período de descanso merecido.
Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.