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PM que ficou tetraplégico, conquista bronze inédito nas Paralimpíadas
Da Redação
02/09/2024 | 17:05
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FOTO: Wander Roberto/COB

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O bronze do paulista André Rocha, no lançamento de disco da classe F52 (atletas que competem em cadeiras de rodas), foi histórica para o Brasil, que atingiu a marca de 400 medalhas nos Jogos Paralímpicos. André era policial militar e durante uma perseguição policial em 2005 caiu de um muro alto que ocasionou uma grave lesão na coluna lombar. Depois de complicações na cirurgia e uma nova e grave lesão na coluna cervical anos depois, ficou com lesões permanentes também nos membros superiores, tornando-se tetraplégico.

Estreante em Jogos Paralímpicos, André Rocha já tem três medalhas em mundiais de atletismo – ouro em Londres 2017, e em Kobe 2024; e bronze em Paris 2023. O atleta nascido em Taubaté chegou a Paris 2024 como o detentor do recorde mundial – 23,80m. 

Na prova deste domingo, 1, André não conseguiu se aproximar da marca, alcançando 19,48m na melhor tentativa. Além disso, o italiano Rigivan Ganeshamoorthy, que ficou com o ouro, estabeleceu o novo recorde mundial e paralímpico, com 27,06m. O letão Aigars Apinis, com 20,62m, ficou com a prata.

SUPERAÇÃO

O feito histórico vem após muita força de vontade. As cirurgias feitas na coluna, as internações e, consequentemente, as mudanças de categorias fizeram com que Rocha perdesse as duas últimas Paralímpiadas, realizadas no Rio de Janeiro (2016) e em Tóquio (2021).

"As cirurgias acabam atrasando a confirmação da classe. Tem um mínimo de dois anos pós-cirurgia para a comissão analisar como está o progresso. Isso complicou muito. Depois de tudo isso, estar aqui é também uma superação”, explicou o paratleta.

O bronze inédito na carreira foi comemorado também pela esposa, Vânia Rocha, e os filhos Júnior, Samuel e Melissa Rocha que estavam no estádio torcendo pelo pai. “Estou muito ansioso para me encontrar com eles. Amanhã saio da Vila Paralímpica para comemorarmos esse momento.”

Rocha voltará ao Brasil para tratar uma lesão no ombro e se preparar para o Campeonato Brasileiro de lançamento de disco, que será realizado em dezembro, no Centro Paralímpico Brasileiro, na zona sul da capital paulista. 

ORGULHO NACIONAL

O Brasil, com 27 medalhas (8 de ouro, 4 de prata e 15 de bronze) nos primeiros dias de competição, é o 4º colocado no quadro de medalhas dos Jogos Paralímpicos de Paris, atrás da China, que tem 30 ouros e 67 medalhas, da Grã-Bretanha, que soma 23 ouros e 43 pódios, e dos Estados Unidos, que têm oito ouros e 26 medalhas (leva vantagem no número de pratas –com 10)

Em Paris, o Brasil tem a maior delegação para uma edição dos Jogos fora do país, com 280 atletas no total. São 255 com deficiência, 19 atletas-guia (18 para o atletismo e 1 para o triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo.




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